SONURNO (UMA CRONICA DOS SONHOS)
SONURNO (UMA CRôNICA DOS SONHOS)
Segue-me à caverna dos sonhos!
Ao transpormos sua entrada,
o tudo e o nada estarão encerrados num círculo.
Adormece no aconchego desse acalanto, e venha!
Temores? Deixa-os para trás!
Ante tua admiração, deslizarás suave,
eis que aqui o imaginável é leve,
sutil e transparente.
Repara na quietude do silêncio:
o fluir do pensamento sibila!
Como um fantasma,
tudo verás, mas em nada tocarás!
Detém-te diante das surpresas
das vãs aparições descontínuas.
A euforia e a liberdade do prazer,
o primitivo medo irracional
estarão presentes!
Porém, não toca em nada!
Estaremos num castelo de cartas
onde a respiração é fatal.
Cuida a que os escombros
não nos sepultem prematuramente!