Sempre soube...
Que teria do que queria aquilo pelo qual lutasse.
Que nada me cairia do céu, viria de mão beijada ou de graça.
Que tudo dependeria dos meus esforços, dos calos de minhas
mãos, do suor de minhas faces.
Como naufrago, me afogaria se não nadasse ou remasse.
Que dos meus labirintos jamais sairia se com meus pés não caminhasse.
Que receberia do que desse e colheria do que semeasse.
Sempre soube...
Que de ninguém receberia nada além do que ela me ofertasse.
Cada um dá do que tem, e pode ser muito menos do que esperamos.
Quando esperamos demais dos outros, frequentemente a decepção acontece.
Tem quem só gosta de receber e nada oferece. Faz parte.
Não esperemos demais dos outros. Eles só nos darão do que tem,
o que podem, ou o que querem. Se e quando querem.
Por saber tudo isso, sou hoje, mais amargo que doce.
- Roberto Coradini {bp}