O bambuzal da ponte.
A menina que caminha pela estrada de terra, leva seus dias entre a difícil lida da roça e os seus sonhos. Espera o trem passar na estação da Esperança, pois quem sabe ele traga ao menos um pouco de alegria.
Caminhando pela estrada de chão a menina desconhece mas tem curiosidade de saber da doida agitação da cidade grande, sabe pouco das coisas além da serra, e dia desses quando viu o mar pela televisão, admirou-se e logo disse:"que lagoão sô!"
Sua música do sábado à noite é a do sanfoneiro do lugar, e como ninguém, balança e rodopia , disputada para fazer par, mas têm que parar logo quando uma voz já cansada diz:-"vamo se imbora, fia". Mas a música costumeira mesmo, é a do cantar dos pássaros acompanhada pelo assovio do vento entre as folhas no matagal, e mais, na madrugada o canto do galo é que constitui seu despertador anunciando que vêm mais um dia de trabalho.
Aquele seu olhar desconfiado, de um jeito arisco, esconde muitos dos seus segredos, que de certo só mesmo o bambuzal, que fica atrás da ponte do ribeirão, sabe dizer...