O QUE SE PROCURA NO SISTEMA...(Abuso de Poder ou Inteligência múltipla?)
Claudeci Ferreira de Andrade
Eu gostaria de acreditar perfeitamente, a partir de minhas experiências dentro do sistema educacional, num destes pensadores: Salomão disse: “Infeliz o líder de um povo pobre”; do outro lado disse Luís de Camões: “O fraco rei faz fraca a forte gente”. E me pergunto cruelmente que critério é comumente utilizado para remanejar o funcionalismo da educação! O povo atrapalha o líder ou o líder atrapalha o povo?
Quando eu exercia uma função na dupla pedagógica (inspeção e orientação escolar) para a região de Senador Canedo, eu vivia confortavelmente, não queria largar o "osso"; mas, fui arbitrariamente (re)movido para a sala de aula, depois de quatro anos de trabalho e aprendizagem, com a alegação que não era pedagogo e o trabalho estava deixando a desejar. Até aí estava conformado; para mim, Salomão estava com a razão (o povo atrapalha o líder). Mas, não custou muito, tomei conhecimento do currículo da colega que foi convocada para me substituir, e também, dos critérios de seleção, então, que, diga-se de passagem, é meramente politicagem (o líder atrapalha o povo)! Debati-me nisso, porém estou endoidecido na certeza de que Luís de Camões leu a radiografia pedagógica do sistema educacional brasileiro. Porém, agora já não pergunto mais se o povo atrapalha os líderes ou os líderes atrapalham o povo! Melhorei minha pergunta: Será que é o povo que atrapalha o povo ou os líderes atrapalham os líderes? Isso é, no caso de ter "muito cacique para pouco índio".
Então, Justamente destituído de aconchavação política também não fui convidado pelo município para exercer a tutoria do curso: “Progestão”, uma vez que fiz um bom trabalho no Programa de Capacitação a Distância e Continuada para os Grupos Gestores das Unidades Escolares Estaduais de Goiás, no município, primeira etapa; quero dizer: uma experiência sem saldo considerado, pois não me serviu por garantia de permanência.
Ao contrário, recebi, assim meio de urgência, um convite para ser modulado este ano no Laboratório de Informática da Unidade em que já trabalho, mas temi as anuências políticas. Aturdido pelas muitas vozes de cemitério, fico, por enquanto, com o lugar comum do povo: “gato escaldado tem medo de água fria”.
Quantas vezes, eu quis entender por que vários mestres e doutores academicamente credenciados são chefiados, no meio educacional, por pessoas apenas graduadas ou não. Ruy Barbosa analisando esse fenômeno, no mundo político, disse: "Há tantos burros mandando em homens de inteligência, que, às vezes, fico pensando que a burrice é uma ciência". Cito também, oportunamente, o desabafo bem direcionado de Giggio: “Quem sabe faz, quem não sabe vira chefe”.
http://discussao.giggio.net/2007/11/burrice-e-uma-ciencia/ (acessado em 13/09/2015).
Todavia, mesmo acontecendo tudo isso, o sistema tem uma desconcertante maneira de se tronar incompreensível, jogando a culpa em nós, os liderados. E paradoxalmente, assim, ele não deixa de se mostrar sempre preocupado conosco. Afinal, é através dele que ganhamos nossa sobrevivência.