IMAGEM E SEMELHANÇA DE DEUS.

Não iremos considerar as alturas interrogativas da visão antropológica de Santo Irineu de Lyon relativas à “Imagem e semelhança de Deus”.

Suas convicções profundas e labirínticas para a compreensão estão no “Adversus Haereses”, cinco livros compostos pelo próprio Bispo de Lyon.

Vamos ficar no umbral dos primeiros passos teológicos, simplistas como nós, porém explicativos, distantes da inexpugnável densidade do Bispo, santo e filósofo de nota, cujos estudos e literatura são muralhas por vezes impenetráveis.

Por que a significativa e relevante honraria comparativa, seríamos resultado da criação como “IMAGEM E SEMELHANÇA DE DEUS”?

É razoável indagar, somos deuses? Paragonar tais alturas é aceitável?

Deus está dentro de nós, somos parte do Pai, o filho é seguimento do pai, parte dele, sucede-o, todos somos projeção de nossos pais e nossos pais e sua ascendência são projeção da anterioridade do Pai de todos, “IMAGEM E SEMELHANÇA” de todos os seus filhos.

Em filosofia interpretativa de fatos ou fenômenos narrados por fatos históricos reportados, vividos, discutidos e tentados explicar, devemos partir do conhecido para o desconhecido, hipotético, do inexatamente conhecido para o objeto.

Fiquemos nessa simplicidade, distantes da altíssima indagação do Bispo de Lyon.

Tentemos ao menos reduzir ao simplismo suas notáveis lucubrações.

Aos gnósticos, ou seja, os que creem, Deus é Pai, Filho e Espíto santo.

No Filho se fez homem, na encarnação, na sua condição de ser carnal, sujeito às agonias do sofrimento e das dores, inclusive por estes meios dando testemunho de seu amor, pelo martírio.

É nessa condição humana que mostra sem nenhum desvio que possa a inteligência pretender, que somos todos SUA IMAGEM E SEMELHANÇA.

Não há melhor parâmetro, melhor testemunho histórico da criação e da criatura do que o Filho de Deus feito homem, a mostrar que somos todos unigênitos, pois o pai é igual ao filho, como o filho descende do pai, com todas suas características e sinais.

É assim com todos nós, criaturas originadas da ordem natural, de raiz divina.

É singela a compreensão como a bíblica afirmação; o filho é a imagem e semelhança de seu pai.

Se todos não têm o maior dom do Pai de todos, a bondade, é porque o livre arbítrio envolveu a liberdade na doação do Pai, como fazem todos os pais, para a escolha do caminho, seguido ou não.

Se perdeu-se pelo egoísmo e inveja - esta a grande mancha de Caim - a virtude, que a mesma seja alcançada por todos os filhos da humanidade na preservação pela remissão.

Celso Panza
Enviado por Celso Panza em 24/01/2010
Código do texto: T2047868
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