Além do Paraíso

É penoso constatar o volume incalculável de pessoas que não têm a permissão de tomar contato com os ensinamentos sobre A Verdade, mesmo aquelas que andam à sua procura, por intermédio do caminho de religiões diversas, permanecendo assim como andarilhos pelos caminhos tortuosos da crendice, da louvação infantil e até do fanatismo. Por outro lado, o que é muito pior, outros, através de algum mérito perante os olhos de Deus, acabam por se encontrar com boa parte desses conhecimentos, muitas vezes por intermédio de algum missionário ativo, mas por soberba, teimosia ou preguiça mental, antes mesmo de se aprofundarem no mérito da questão, partem para a chacota, o “achismo” ou para a simples “descrença inteligente”, sentindo-se realizados ao desqualificarem as afirmações de cunho espiritualista. Isso é a prova insofismável da arrogância e da cegueira dos materialistas com pós-graduação acadêmica, ultrapassando os limites do bom senso, chegando até a desdenhar do próprio Criador do Universo! Outros ainda, presos a culturas jurássicas do medo e dos mistérios intransponíveis pelos seres humanos, não aceitam a possibilidade de termos acesso à Verdade Absoluta, ainda mais quando constatam a simplicidade do seu conceito, revelado por Deus, porque todos estão encharcados de “complicômetros” milenares, o que torna muito difícil o entendimento das coisas óbvias e simples.

Finalmente vamos encontrar o grupo dos estudiosos, dos pesquisadores, dos interessados em assimilar conhecimentos sobre a espiritualidade, porque sentiram a necessidade de compreender a razão da vida e da morte, as causas das desgraças, da violência, das doenças e da miséria; enfim, aqueles que estão se propondo abrir a mente para o caminho da verdade das coisas, com a intenção de pautar suas atitudes em sintonia com o Supremo. Outros então partem para as experiências pessoais, baseadas na profundidade dos ensinamentos esclarecedores sobre o mundo espiritual e a nossa individualidade, sempre procurando seguir o Dori (Caminho Perfeito), até conseguirem atingir o nível suficiente para compartilharem do Paraíso Terrestre, preconizado há muitos séculos, cuja chegada próxima está bem definida, demonstrada pela força do processo de purificação mundial que estamos sofrendo. O Planeta Terra está sendo purgado das milenares sujeiras espirituais e físicas, espargidas pelos seres humanos, através de atitudes antinaturais em grande abundância, por isso as leis divinas estão agindo a todo vapor, sob o comando de Deus, para que seja restabelecido o equilíbrio original da Natureza, assim transformando o ambiente deste mundo em um local propício para receber os novos moradores, que atingirem níveis espirituais de iluminados, sempre em contínua evolução.

Alguns desses estudiosos estão se aprofundando febrilmente pelos caminhos do desconhecido, a ponto de tentarem desvelar conhecimentos que ainda não estão disponíveis para o nosso entendimento, na condição de simples terráqueos. Com essa atitude, essas pessoas começam a querer descobrir como é Deus, o que virá após o Paraíso, e por aí vai. Seria elogiável esse impulso de saber, se esses conhecimentos levassem-nos ao caminho das pedras para alcançarmos o nível de individualidade, capaz de nos abrir a porta do Paraíso; vamos então nos limitar ao estudo profundo da Verdade e do Dori, única forma de atingirmos esse esperado objetivo. O saber além do necessário apenas nos faz passar por cima de detalhes importantes para ultrapassarmos as dificuldades inerentes ao nosso crescimento até o próximo passo, por essa razão que o Criador vai-nos liberando revelações em doses homeopáticas, suficientes para o nosso crescimento espiritual, etapa por etapa.

Tudo isso nos ensina que o conhecimento será útil apenas no momento em que nos sirva para adquirirmos sabedoria para o crescimento da individualidade, portanto a simples curiosidade, como prioridade no saber, é inócua. É essa a razão de não devermos nos preocupar com o que virá além do Paraíso, ou seja, de que adianta procurarmos entender algo sobre cálculo integral, se ainda estamos inseguros na aplicação da matemática básica?

Moacyr de Lima e Silva
Enviado por Moacyr de Lima e Silva em 23/01/2010
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