MINHA ALMA CANTA...

Quando o avião começou a descida e já se preparava para a aterrissagem, não sobrevoava a Bahia de Guanabara pela Zona Sul.

Soube mais tarde da mudança de rota e das constantes reclamações dos maradores dos bairros de Laranjeiras, Flamengo, Morro da Viúva, Botafogo, Cosme Velho, Santa Tereza e Urca, que resultaram na mudança das atividades operacionais de pouso da rota 2.

Chequei, dias depois, na Internet e cerifiquei-me da informação dada pelo motorista que me pegou no aeroporto.

Ainda assim, a chegada ao Rio de Janeiro pelo Santos Dumont é fantástica, sobretudo numa manhã de muito sol e calor escaldante…avista-se da janela o Cristo ao longe (ainda que de costas – de braços abertos), o Morro do Urca e seu famoso Bondinho, o Maracanã, o novo estádio Engenhão e a beleza das favelas recentemente pintadas de turquesa.

Avista-se a Cidade Maravilhosa e, para uma Carioca como eu, é impossível não ouvir dentro do coração a canção de Tom Jobim..”Vejo o Rio de Janeiro, estou morrendo de saudades…”

Ao desembarcar – e já no solo do samba – é fascinante ver a beleza da moça que passa.

Os corpos desnudos revelam a pouca preocupação e a leveza desse povo alegre, receptivo e sempre – como o Cristo – de braços abertos.

Em dias de verão, quando as noites custam mais a cair, a Orla se enfeita e se arruma como que pra festa.

Todos são convidados!

“Cariocas são bonitos, cariocas nascem craques, Cariocas não gostam de dias nublados…”, já dizia a gaúcha Adriana Calcanhoto na canção que homenagea e ressalta a beleza dessa gente bronzeada.

E – com o sol estampado na alma – eles te sorriem com cortesia, te tratam com parceria e sem parcimônias, com coração aberto como o Maracanã – cabendo toda a gente, toda a raça, toda a crença…toda a ginga.

É impossível não gostar, é impossível não fazer parte, é impossível não se deixar levar pela Bossa…e cair no Samba.

“…Praia e sol-Maracanã-futebol-Domingo. Praia e sol-Maracanã-futebol: Que lindo!!!”