A farsa do julgamento de Saddam Hussein

Romeu Prisco

Se os EUA entraram em "guerra" contra o Iraque, porque o país e seu "ditador" seriam portadores de armas de destruição em massa, que colocariam em risco a paz mundial, então, Saddam Hussein deveria ser submetido a julgamento num Tribunal de Guerra, única e exclusivamente, pela prática daquele delito. Equivale dizer: responder apenas pelos chamados "crimes de guerra".

Mas não ! Diante da mentira deslavada e comprovada de Bush e seus cúmplices, Saddam Hussein passou a responder pelo que seria a prática de crimes contra as minorias do seu país, perante um tribunal de "araque", comandado por um juiz lacaio das forças de ocupação, que perde seu tempo trocando farpas com o "réu" e de quem, quando lhe convinha, com certeza também deve ter sido lacaio.

Ora bolas ! Se assim é, por que os valentes e fieis defensores das minorias e da democracia não foram atrás de Stalin, que eliminou um sem número de adversários políticos no seu país ?

Por que não foram atrás de Pinochet, que não teria deixado por menos seus opositores no Chile ?

Por que não vieram atrás dos militares brasileiros, que teriam comandado uma cruel repressão interna pós 64 ?

Por que não foram atrás dos militares argentinos, pelos mesmos motivos ?

Porque são falsos, hipócritas e interesseiros. O que é bom para eles, não é bom para o resto do mundo.

Provavelmente, Saddam Hussein será condenado à pena capital. Não morrerá, exatamente, como um herói e o destino do seu corpo será uma vala comum. Todavia, em matéria de covardia, perde de goleada para o pusilânime xerife texano, que, quando morrer, certamente terá um funeral produzido por Hollywood, sendo velado no seu caixão "top de linha" por um bando de ex-puxa-sacos, cercado de flores, bandeiras e excremento.

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