UM ESCÂNDALO SEM PRESCENDENTE NA MEDICNA HUMANA?
“Há algo de podre no Reino da Dinamarca”, esta seria a frase mais correta a ser usada em relação a um dos maiores escândalos que se poderá ter noticias. Friso: “que se poderá ter notícias”.
No ano de 2009 vários países sentiram a força da mídia que em manchetes veiculando uma pandemia, provocada pela Gripe A 1HN1, erroneamente denominada de Gripe Suína.
Mortes, internamentos, fechamento de universidades, uso de máscaras cirúrgicas, olhares desconfiados para pessoas que ousassem tossir ou espirrar em público, vendas exacerbadas de álcool-gel, confinamento de pessoas, estabelecimentos de ensino básico fechadas, vôos internacionais controlados em relação aos passageiros que apresentassem alguma alteração, vendas de antivirais, movimentação de equipes médicas, uso de forças armadas, controle de fronteiras e importação de vacinas, afora a construção de um laboratório especializado na produção de vacinas contra a Gripe 1HN1.
Todas estas citações, por certo concluí-se que estavam focadas em uma Pandemia provocada pela Gripe 1HN1, que poderia se igualar a Gripe Espanhola que vitimou milhares de pessoas em vários países dos cinco continentes. A Gripe Espanhola vitimava 2,5% da população de um país, enquanto que a Gripe Normal 0,5%. No Brasil a Gripe Espanhola vitimou 300 mil pessoas. Os tempos eram outros, a mídia não era globalizada e existiam poucos laboratórios adequados e aprovados para a produção de vacinas e medicamentos.
Mas eis que de repente nos vimos envolvidos em novos casos de possíveis pandemias.
A primeira foi a Gripe Aviária. O mundo viveu uma situação de pânico generalizada. O mercado internacional de carne de frangos sofreu perdas irreparáveis. O Ministério do Abastecimento, Pecuária e Agricultura, criou um Programa Nacional de Combate a Gripe Aviária. Autoridades aeroportuárias se desdobravam e ações de vigilância sanitária.
E recentemente nos deparamos com a Gripe A 1HN1, erroneamente denominada de Gripe Suína.
O que se viu foi uma situação de pânico coletivo.
O Brasil como sempre faz muito zeloso pela saúde da sua população e com vistas aos companheiros Soares e Chaves importou uma quantidade considerável de vacinas, algo como 17 milhões de dose do Laboratório Sanofi Pasteur.
Mas... a amizade franco-lulista ou melhor franco-brasileira, aparece em um momento oportuno ao governo do presidente francês. A desova do excedente de 90 milhões de doses importadas. Explica-se a França tem uma população de 60 milhões de habitantes... e então restava uma só saída, revender as vacinas para os países alinhados e amigos, assim como provavelmente vender-se-iam aviões e etc.
O que chama a atenção em relação a toda esta balbúrdia é que provavelmente estaremos ou até estamos diante de um dos maiores escândalos médicos que se têm notícias. Vejamos então a situação da seguinte forma:
1. O Laboratório Glaxo SmithKline, faturou 1,7 milhões de dólares com a venda de vacinas contra a gripe A H1N1, no nos últimos três meses de 2009.
2. A OMS declarou que a gripe A H1N1 estava classificada como uma pandemia, imediatamente a França, Reino Unido, Alemanha, Holanda e Espanha compraram quantidades absurdas de vacinas e agora estão estocadas, uma vez que não apareceram novos casos da tal gripe.
3. Quando do surgimento da gripe H1N5, popularmente denominada de gripe aviária, os laboratórios internacionais, firmaram um contrato com vários países estribados em suposições de que se ocorresse uma pandemia, haveria aquisições de vacinas e de medicamentos (antivirais), produzidos por estes laboratórios.
4. Para que houvesse uma venda das vacinas e outros produtos fabricados por laboratórios internacionais, houve uma pressão enorme junto aos pesquisadores e agencias nacionais de saúde, para que alarmasse os governos de todo o mundo a respeito dos perigos da gripe H1N5.
5. Na realidade houve um enorme desperdício de dinheiro, tempo e ações, que não surtiram efeitos, assim como sacrificaram milhões de animais soro-positivos para a gripe H1N5, com repercussão direta na economia de milhares de avicultores.
6. Não ficou comprovado cientificamente que a gripe H1N5 possa ser transmitida das aves para os seres humanos. O que se tem como certo é que as condições precárias de higiene e de criação de aves facilitam o aparecimento do vírus H1N5, em função de fatores exógenos como a má alimentação, o estresse, má higiene, péssima qualidade da água servida as aves e etc.
7. E o pior de tudo isto expôs milhares de pessoas a um risco desnecessário, ao vaciná-las contra a gripe A H1N1 – gripe suína – sem ter conhecimentos suficientes a respeito dos efeitos secundários desconhecidos, uma vez que esta vacina não foi suficientemente testada.
Acredito piamente que tanto no caso da gripe H1N5 e da gripe A H1N1, com todo o respeito que merece a Fundação Fiocruz, pressionada provavelmente pela comemoração do Ano da França no Brasil, deverá bancar o maior “mico” que se têm notícias. Mesmo assinando convênios com os laboratórios
Institut National de la Santé et de Recherche Médicale (Inserm) e o Institut de Recherche pour le Développement (IRD) da França e com a Glaxo SmithKline para a produção de vacinas.
Analisemos o quadro abaixo:
País Mortes Número de Habitantes Porcentagem final
Chile 68 16.802.953 0,4
Argentina 137 39.934.109 0,34
Austrália 37 20.950.604 0,17
Canadá 50 33.169.734 0,15
México 128 107.801.063 0,11
EUA 263 308.798.281 0,08
Reino Unido 29 61.018.648 0,04
Espanha 4 44.592.770 0,04
Brasil 29 191.481.045 0,01
Data: 22 de julho de 2009
Finalizando. Se forem confirmadas as denúncias feitas pelo presidente da Comissão de Saúde do Conselho da Comunidade Européia (CE), Wolfgang Wodarg, por certo muitas cabeças irão rolar, inclusive no Brasil.
Médico Veterinário Romão Miranda Vidal.