Reveillon 2005/2006 – Apitos na terra do Lula
Que lama....
Virada do ano. Depois de um bate-papo e uns chopps para brindar 2006, levei um amigo paulista para conhecer alguns pontos de Brasília. Na rota Catedral, Esplanada, Praça dos Três Poderes, Palácio da Alvorada, Palácio do Planalto. Ele queria tirar umas fotos da capital do Brasil. Por volta das três da madrugada começamos o itinerário.
Tudo ia muito bem até pararmos o carro em frente ao Alvorada, morada do presidente (que certamente lá não estava), quando fomos açoitados por um irrequieto apito de um “guardinha”. Argumentamos que apenas iríamos fazer uma fotografia. Ele imediatamente armou o fuzil, colocou-se em posição de defesa e continuou a apitar alegando que teríamos que “estacionar” o carro em outro lugar.
Ora, era apenas uma paradinha de menos de cinco minutos para um registro fotográfico. Mas, a atitude do militar foi absurda. Repetindo feito papagaio, apitando e com arma a postos, formou-se uma cena deprimente para primeiro dia do ano. Que ameaça representavamos ali? Dois cidadãos que pagam seus impostos, trabalhadores, com uma máquina fotográfica na mão, numa breve, brevíssima parada. Que crime estávamos praticando? Corrupção? Mensalão? Promessa enganosa?
Ilícito era fotografar a uma distância imensa o Palácio da Alvorada em pleno reveillon, registrar o quanto esse país não tem bom-senso, é autoritário, despreparado. Essa foi a foto levada na memória. E quando passamos em frente, no asfalto, ao Palácio do Planalto, o simples fato de diminuir a velocidade do carro, gerou novamente apitadas frenéticas pelo “guardião” do lugar de “trabalho” do excelentíssimo Presidente da República das bananas, tão bem cantadas por Carmem Miranda, ou ainda, da Merrecolândia, como diz um outro amigo meu...
E por falar nisso, o Valério, o Dirceu e a turminha já ganharam o apito? Ou ainda estão em campo?
Solange Pereira Pinto