Esquinas de Maria - (BVIW)

Encontros de dois rumos se dobram em um ponto. Convergência de tempos encontros.

São conhecidas por suas boas referencias, por suas más referencias ou presenças. São divisórias.

Na vida se dobram em tempos, dividem fazes e momentos e marcam lembranças de criança era a esquina da doceria, adolescente tem a esquina da galera, adultos evitam elas.

Esquina do tempo dividem vidas e rotinas, passam de passos a corridas.Esquina é partida e encontro. Convergência de linhas e no centro desse ponto o privilégio de visão.

Na esquina daquela rua tem uma padaria, todo dia a calçada é varrida pela dona Maria. Ela varre ódio e rancor, varre uma vida que passou por lá, varre a pêra de um amor. Naquela esquina dei meu primeiro beijo, naquela esquina levei meu primeiro fora, fui pra casa chorando e sentindo uma dor que bate na esquina do peito e volta. Dona Maria não varreu meu medo, nem a falta de alegria no amor. Naquela esquina Dona Maria conheceu seu amor, naquela esquina a doença o levou. Esquina de uma vida, que varre o presente dia a dia.

Esquina da duvida, do sim e de não! Esquina do dia, folhas e arvore, esqüina da noite, medo de desastre. Leva a rua de um tempo, traz a rua do desconhecido. Esquina do que pode ser.

A esquina que te leva a vida, a esquina que te traz a vida, a esquina que você escolhe não olhar pra traz, definem os traços desses laços que a vida desenha no rosto, no gosto ou desgosto que uma alma desfruta, ou amarga, que na vida se faz.

Alias
Enviado por Alias em 21/01/2010
Reeditado em 29/01/2010
Código do texto: T2042520
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