O Haiti é aqui!
O terremoto que varreu o Haiti nos deixa a perguntar: Meu Deus é o fim do mundo? Não encontramos respostas imediatas para essa pergunta, porque no fundo no fundo já sabemos que a ação do homem infelizmente leva o caos à humanidade. E o pior de tudo é que não paramos de agir contra a natureza. Não paramos de medir forças com a natureza que, traduzindo _ DEUS. Desobedecemos todas as horas.
Ora ora, parece discurso de novo convertido não é? Mas não é! Há tempos venho falando em falas soltas, onde a sociedade vai parar com toda essa ganância, com tanto egoísmo, com tanta fome. Se ligamos a TV o que se vê são cenas esdrúxulas. Se a noticia é violência cada vez o homem se torna mais covarde, como pudemos ver uma estudante de Direito armar o assalto contra a própria mãe e ainda se despedir e pedir um doce. Que coisa, então o que se esperar daqui para frente? O pai que atirou Isabela pela janela, já é passado...
O pulmão do mundo vai eclodir também porque as madeireiras não param de usurpar nossa floresta. Ela não vai suportar tamanho estupro. O Brasil vai tremer e nós todos vamos nos FD! “Ó Pátria amada, idolatrada, salve, salve!”
Ver reportagens anunciadas em jornais televisivos, assistir o pânico de pessoas correrem sem direção, outras se jogarem no chão com as mãos na cabeça e gritar: salva-me oh Deus!, arrepia, como arrepia ver crianças que nem sabem de nada e nem para onde irão, pois seus pais desapareceram junto com suas identidades.
As perguntas não calam, porque as bocas amaldiçoam sempre. Imagina que um homem numa bela pousada dizia aos sete cantos que queria que a Dilma, a da Casa Civil morresse com um câncer na garganta. E dizia mais que todos os detentos fossem mortos, todos os drogados. Ele amaldiçoava a todos, ele estava sendo usado para atingir uma cozinheira que estava na cozinha e que tinha um filho detido. Como será que ficou aquela mulher ao ouvir tais palavras daquele homem? Quantas vezes de nossas bocas amaldiçoamos o outro, atiramos pedra e desejamos o pior sem sequer imaginar que estamos proferindo palavras contra nós mesmos. Nossos governantes corruptos são escolhidos por nós, não podemos amaldiçoá-los, pois, suas ações respingam em nós, cada um de nós.
Ainda há pouco um pastor numa pregação falava para a família e explicava porque os relacionamentos não dão mais certo em sua grande maioria e eu fiquei observando e analisando que o pastor estava correto na sua afirmação, não me lembro o texto de Jeremias ora lido para se basear no discurso que defendera, mas vamos chegar ao Haiti nesse raciocínio.
Quantas festas GLS’s fui e de lá sai feliz depois de beijar três ou quatro bocas? Inúmeras. Quantas vezes num bar após uma e outra trouxe para meu paiol um ser que mal conhecia e ali nossos corpos se roçavam como selvagens. Depois, vêm à paixão, os defeitos, as brigas, as agressões, a traição, a separação, a dor, a maldição. Eu sou vitima??? Você é vitima? O Haiti é uma vitima?
Nós e o Haiti somos vítimas da agressão de nós mesmos, a dor é o resultado da ação do homem contra ele mesmo.
E agora não dá mais para se arrepender da esposa fofoqueira, frígida, relaxada, amargurada, lamuriosa, gorda. Não meu caro, na hora que bebeu, não viu, não ouviu. Ela deve ter lhe dito: eu não gosto de arrumar casa. Detseto cozinhar! Se tem uma coisa que eu não gosto é de lavar roupa. “Tudo bem amor, a gente contrata uma secretária”... Levou pra cama – agora agüenta! Era bonitinha, era gostosinha, tinha os seios durinhos, fofinha... Agora foge pro bar em busca de refugio? Agüenta meu caro a mulher chata, gorda e fofoqueira. ( Não é o meu caso ta gente!) Nunca me casei... Agüenta ver o Haiti desaparecer. O homem não quis poluir, não desmatou, não replantou, jogou as cinzas e as guimbas no chão.
Tal qual o marido que já não suporta a esposa lamuriosa, o Haiti não suportou a ação do homem e a natureza balançou as estruturas. Agora não há mais o que fazer senão enviar ajuda, acolher o povo e adotar as crianças. Enquanto isso, em algum lugar tem gente fazendo amor sem conhecer a companheira, cortando árvores para vender e poluindo nosso ar e o nosso pulmão não vai suportar.
Não é que todas são vacas, como afirmei na semana passada em outra crônica, é que a maioria de nós somos uns cornos conscientes e destruímos tudo, quando somos seduzidos pela beleza, pelo dinheiro, pela ganância, pela vaidade e por aquilo que não nos pertence.
O Haiti é aqui, já dizia Caetano Veloso. Na sua casa com as crianças assistindo os xingamentos, vendo o pai acendendo um cachimbo, a mãe dado uma ‘bola’, vendo o pai arrumando a mala para ir embora, vendo a mãe desesperada implorando para que ele fique e de quebra um tapa na cara para aprender a conhecê-lo antes de se deitar após uma noite de folia ou uma badalação numa bela boate.
O Haiti é aqui meu dileto e precioso leitor! E quer saber mais, não haverá como contar os mortos e nem onde enterrá-los, apodrecerão como nós, porque a desgraça ainda está começando, muita coisa ainda vai acontecer, é só pagar pra ver! Eu quero é jogar minha guimba no lugar certo, molhar a minha árvore e de quebra, pra minha cama, não trazer mais ninguém, antes que eu o conheça muito bem, ou a conheça!