TODO FILÓSOFO É FILHO DE SEU TEMPO?

TODO FILÓSOFO É FILHO DE SEU TEMPO?

Já no finalzinho da aula, de uma ensolarada segunda-feira, o professor Alfredo, sem querer tergiversar, nos mandou, em casa, pesquisar se todo filósofo é ou não é, de forma patente, filho de seu tempo? E o resultado logo apareceu, e foi, que, disso não podemos duvidar, corroborado pela dedução dos melhores pensamentos -resultou de certo modo, que podemos com precisão declarar que todo filósofo, evidentemente, será um filho de seu tempo, isso não se deve contestar (há, porém, em Descartes um fato admirável: é que passado, presente e futuro estão entrelaçados de uma forma singular, presente de modo patente em qualquer dos pesquisados pensamentos).

Ao atribuir à razão a capacidade de conhecer e estabelecer a verdade

contrapondo-se ao empirismo em sua experiência sensível por ser ela inata, imutável e igual em todos os homens, a razão é pura veracidade E assim isenta de todos os sentimentos das emoções, a razão é infalível. Trata-se assim de uma filosofia quase completamente voltada para o futuro (mesmo que alguém nessa questão não queira opinar: ficando em cima do muro, pois decididamente confia no seu discurso, na perene criação da razãosendo, portanto, uma filosofia do progresso, não da conservação. Destina-se invariavelmente a todos os homens, sendo, assim, universal. porque o que pode ser realmente distinguido entre os homens é a posse da razão. Bom senso ou razão, lnstrumento que é, sem dúvida, universal, e isento de qualquer mal; que permite ao ser humano um maior entendimento em qualquer situação. É também, facilmente se poderia provar, uma filosofia bem prática que nos leva a compreender claramente a inteligência das coisas assim como na Matemática,

partindo de seus princípios para, então, dominá-la sem as prejudiciais emoções.

com o poder de prever o futuro, dominando a natureza por meio de nossas ações.

Enfim, um mundo não humano, despojado da criatividade e da vontade imanente,

de toda sensibilidade e de toda consciência, de toda simpatia ou antipatia, de todo calor ou frieza, de toda feiúra ou beleza, de todo odor ou sabor; em suma: um mundo diferente. Um mundo feito unicamente de matéria em movimento. Um mundo totalmente mecânico e sem mistério, sem vida, e sem nenhuma fecundidade, e sem artes. é a proposição de Descartes.

Gilberto Maia Lorenzo
Enviado por Gilberto Maia Lorenzo em 20/01/2010
Código do texto: T2040009