DAS MINHAS REFLEXÕES DIANTE DO MAR
 

 

Das coisas que a sabedoria proporciona
Para tornar a vida inteiramente feliz, a
A maior de todas é uma amizade.
(Epícuro)
 


Na Grécia antiga era costume comparar a atividade do filósofo com a do médico, por isso quando saí de férias levei na bagagem uma “farmacinha filosófica de bolso” contendo quatro “remédios” receitados por Epícuro e que  constituem basicamente a sua filosofia libertadora, que me é simpática e me fariam refletir mais um pouco sobre ela. Esses são os “remédios:

               
               Não precisamos temer a  Deus.

              Não precisamos nos preocupar com a morte
              É fácil alcançar o bem.
             É fácil suportar o que nos amedronta

Sobre o primeiro “remédio”  Não precisamos temer a Deus... Vem-me logo à mente Demócrito com a sua “Teoria Atômica”, materialista na sua essência e que dispensa o Deus Criador, uma vez que acredita que os átomos são os constituintes da natureza, eternos e diferentes em suas formas, que pelas suas irregularidades podiam ser combinados para dar origem a corpos os mais diversos. O seu ponto de vista é de que se um corpo de uma árvore ou de um animal morre e se decompõem, seus átomos se espalham para dar origem a outros corpos.


No que diz respeito ao segundo “remédio” Não precisamos nos preocupar com a morte.  Isto porque, pela teoria de Demócrito, após a morte os “átomos da alma” se dispensam para todos os lados, com o que concordava Epícuro, que indagava: “ Por que ter medo da morte”? Se “Enquanto somos, a morte não existe, e quando ela passa a existir nós deixamos de ser”.


Terceiro “ remédio”: É fácil alcançar o bem. E como alcançar o bem?Segundo
a doutrina de Epícuro  o sumo bem reside no prazer,(não confundir o prazer de Epícuro com o prazer de Hedone, fundador da doutrina do hedonismo –amoral “eu mereço ter prazer” “todo prazer será benvindo”)   O prazer de que fala Epícuro é o prazer do sábio, entendido como quietude da mente e o domínio sobre as emoções e, portanto, sobre si mesmo. É a própria Natureza que nos informa que o prazer é um bem. Prazer, que apenas satisfaz uma necessidade ou aquieta a dor...

Quarto “remédio” É fácil suportar o que nos amedronta.  Ora, se você não teme a Deus, não se preocupa com a morte e conhece os meios para alcançar o bem, os fantasmas passarão, cabe a você a busca unilateral do prazer, vivendo o momento e achando alegria nisso.

 
 
 
 
Zélia Maria Freire
Enviado por Zélia Maria Freire em 19/01/2010
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