Protocolo de acesso.
Comunico-me diariamente com minha filha através do correio eletrônico, pois moramos em diferentes horários na mesma residência. Gosto muito desta filha virtual com quem partilho testes e piadas. Rimos mais, brincamos mais, ficamos mais criativas depois do computador. Partilhamos os planos os mais diversos, projetos de viagem, tanta coisa!
A mensagem eletrônica vem pura. Nada de boca torta, sacudir de ombros, queixo empinado, bocejos mal disfarçados.. Talvez, do outro lado, ela também aprecie as informações que chegam sem ruído de fundo – um suspiro, um cenho franzido, um tom de pressa ou irritação na voz, que sei eu?
Sei que não conversávamos e agora somos íntimas. Brigávamos por horas, agora nos divertimos como boas companheiras. Já não somos mãe e filha, somos parceiras e cúmplices, até que um vírus nos separe.