CORAÇÃO FECHADO PRA BALANÇO


Toda a minha vida tem sido movida pelo impulso cego de caminhar descalça pelos caminhos difíceis.
Meu coração tá fechado pra balanço. Sim, fechado. A intençao é essa ao menos. Depois das últimas “paixonites”, preciso de férias. A pior foi por uma pessoa que simplesmente apareceu de paraquedas e em suas inconstâncias me fazia grandes feridas, seu comportamento desconexo e em suas crises de sei lá o que, me bombardeava com queixas, como se eu fosse culpada pelos seus aborrecimentos, pela sua vida inconformada, por tudo que lhe faltava. cansei de ser estepe...
De uns tempos pra cá, minha paciência estava se esgotando, que nunca foi lá essas coisas, anda definitivamente nas últimas.
Vontade absoluta de ficar em casa, mas só pra não ter que encontrar ninguém, nem sorrir pra quem não quero. Ainda quero muito samba e muita festa, só não quero que ninguém interfira ou faça parte disso. Quero viver o meu momento. Ser só minha, não quero mais viver em função de ninguém, talvez este tenha sido o meu grande erro, me anular em função dos outros...tendo que ser a "Amélinha", dizendo sempre amém pra tudo. Cansei!
Me fecho com facilidade. Não sofri de amores meses à fio... algumas semanas no máximo...Vou me recompor.
Mas com certeza, não estou no meu melhor momento. Enxergo mil defeitos em cada pessoa, vejo além das máscaras, quero ir embora o mais rápido possível, quando se utilizam das mentiras, ou até, com palavras vazias de sentido, um "EU TE AMO" fingido. Aliás o EU TE AMO é dito a qualquer hora, já perdeu seu sentido, é vazio!
De tanto querer enxergar amor em todo canto, agora fecho meus olhos a todo custo, e minto pra mim mesma, buscando um conforto desconfortável e impossível. Nesse amor que me sufoca.
A cada beijo sem sentimento, cada carinho vazio, sinto meu coração murchando, sinto meus olhos perdendo o brilho. Já vi pessoas assim, não quero me tornar também. Ser o reflexo do espelho desse alguém...
Vou viajar para uma terra, onde tardes e madrugadas se confundem, e o último trem está partindo...
Nesses caminhos, onde o presente é silêncio, o som da fonte imita sentimentos. Aí, o coração treme de frio e se pergunta: que desejos pode ter?
Está perdida a colheita dos sonhos e tudo que digo é lugar comum... é banal...
Me sinto incapaz, mas disposta a mudar.
Preciso que o tempo passe depressa para que eu crescer sozinha, que é preciso estar perdida para se reencontrar, que é preciso querer pra renascer...é preciso tempo pra se restabelecer, é preciso os estragos contar e o coração reformar...Uma coisa eu sei, não desejo mais amar!


Fernanda Mothé Pipas
Enviado por Fernanda Mothé Pipas em 17/01/2010
Código do texto: T2035220
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