Domingo.
Domingo com chuva é a rosa da semana. O que seria tão bom para dar graça a um dia tão triste se não a chuva?. Ainda bem que hoje estou salva. Estou livre das horas sem graça e calor de mais um domingo.
É bom ficar nesses momentos de reflexão. Tão sozinha. Tão em paz. Ignore o tempo em volta e enfim seja feliz. Só isso. Mas afinal, o que é ser feliz?. Temos tantos conceitos de felicidade que fica até difícil falar. Vou dar alguns palpites. Ser feliz é tomar banho de chuva. Aprecisar a chuva. Ser chuva. Ser feliz é escutar boa música, ter uma boa conversa, ficar entre amigos. Ser feliz é sorrir sentindo saudade e chorar de alegria. Ser feliz é ficar triste também porque nos ensina. Nos faz compreender. Ser feliz é amar.
Espero que esta chuva dure o dia todo. Espero ser implicantemente feliz o dia todo. Assim: quase triste.
Ando pensando nas tragédias do mundo. Pensar nisso em pleno domingo é pau, mas hoje é diferente. Hoje é um domingo especial. Daqueles que acontecem uma vez na vida. Enfim, ando pensando nas tragédias do mundo e isso tem me dado uma bela dor de estômago. A pior coisa é ver o sofrimento alheio e não poder fazer nada. O sentimento de inutilidade é um luto contínuo. Luto que só acaba quando as coisas melhoram. Se melhorarem. Mas e se a tragédia for grande?. Respire fundo e acostume-se com o luto incurável. O mundo anda precisando de um bom psiquiatra.
De repente reclamar parece que virou o passatempo preferido da humanidade. Não nos cansamos. Reclama-se sobre o tempo que está frio ou quente demais. Reclama-se sobre a comida que está salgada demais. Reclama-se sobre a louça fora do lugar. Reclama-se sobre tudo. Já virou um novo vício e é tão mais perigoso que muitos outros. Irrita, desgasta, nos deixa atordoados. Será que chegaremos ao ponto de reclamar até sobre a nossa felicidade?. Parece irônia, mas do jeito que as pessoas andam.
Eu reclamo também. E como reclamo. Mas sempre fui assim. Sempre questionei depois. Sempre quetionei tudo, principalmente as pessoas e o interior de cada uma. O meu próprio interior. Não sei reclamar banalidades. Ou melhor, até sei, mas não é a minha especialidade. O meu vício de reclamar está num nível diferente. Mais pessoal.
Poderiamos parar de reclamar e ser feliz hoje. Nesse domingo chuvoso, calmo e alegre.