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Crônica da Adolescência (15 anos)
Estou aqui refugiado no quarto, meio tarde da noite... Lá fora, na copa, escuto a festiva algazarra de oito ou nove adolescentes: músicas audíveis e outras nem tanto, cantorias, choros, declarações de amizade eterna, confidências... Todas falando ao mesmo tempo, freneticamente, e por mais inverossímil que possa parecer... Se fazendo entender! Amigas do esporte, no caso o voleibol, na derrota e na vitória; solidárias no amor que virá, ou que já foi, sem nem ter sido; cúmplices no sofrer pela injustiça, infringida pelo namoro precoce e inflexível; guardiãs do segredo alheio, pelo menos até a próxima jura eterna... Adeptas do Orkut, do brigadeiro, do secador de cabelos, e das fotos em frente ao espelho... Ah, os celulares, como posso esquecer! Débora, Marina, Júlia, Sara, Érika, Amanda, Paola, Isadora, Isabela; mas e a outra, como é mesmo o nome dela? E os vizinhos? Bom, acho que já tiveram 15 anos... Pára de latir cachorro! Não vês que nesta noite o ruído é sagrado e não pode ser confundindo com arruaça comum? Ou queres atrair o afago das moçoilas, como tantos outros candidatos a pretendentes que hoje aqui desejariam estar, e cujos sonhos terão ruído?
Aos 15 anos se pode tudo... Pode-se ser o que quiser, estar onde se quer, chamar por quem puder, gostar de quem convier; ser infantil e quase maduro, usar o salto impossível, esconder a lata de leite condensado, ter medo do escuro e até surrupiar a escova de dente do próximo, mas sem jamais perder o orgulho... Ou o capítulo de “Malhação”!
Aos 30...
Aos 45...
Múltiplos de 15... Quisera também se multiplicassem as alegrias e se desintegrassem todas as agruras, e que a cada ciclo de vida eclodisse em nós mesmos toda aquela energia... Lembra? Aquela... A sua... Pense bem...
O que você faria aos 15 anos?
Crônica da Adolescência (15 anos)
Estou aqui refugiado no quarto, meio tarde da noite... Lá fora, na copa, escuto a festiva algazarra de oito ou nove adolescentes: músicas audíveis e outras nem tanto, cantorias, choros, declarações de amizade eterna, confidências... Todas falando ao mesmo tempo, freneticamente, e por mais inverossímil que possa parecer... Se fazendo entender! Amigas do esporte, no caso o voleibol, na derrota e na vitória; solidárias no amor que virá, ou que já foi, sem nem ter sido; cúmplices no sofrer pela injustiça, infringida pelo namoro precoce e inflexível; guardiãs do segredo alheio, pelo menos até a próxima jura eterna... Adeptas do Orkut, do brigadeiro, do secador de cabelos, e das fotos em frente ao espelho... Ah, os celulares, como posso esquecer! Débora, Marina, Júlia, Sara, Érika, Amanda, Paola, Isadora, Isabela; mas e a outra, como é mesmo o nome dela? E os vizinhos? Bom, acho que já tiveram 15 anos... Pára de latir cachorro! Não vês que nesta noite o ruído é sagrado e não pode ser confundindo com arruaça comum? Ou queres atrair o afago das moçoilas, como tantos outros candidatos a pretendentes que hoje aqui desejariam estar, e cujos sonhos terão ruído?
Aos 15 anos se pode tudo... Pode-se ser o que quiser, estar onde se quer, chamar por quem puder, gostar de quem convier; ser infantil e quase maduro, usar o salto impossível, esconder a lata de leite condensado, ter medo do escuro e até surrupiar a escova de dente do próximo, mas sem jamais perder o orgulho... Ou o capítulo de “Malhação”!
Aos 30...
Aos 45...
Múltiplos de 15... Quisera também se multiplicassem as alegrias e se desintegrassem todas as agruras, e que a cada ciclo de vida eclodisse em nós mesmos toda aquela energia... Lembra? Aquela... A sua... Pense bem...
O que você faria aos 15 anos?