Sanguessugas e os mecanismos de defesa do governo 

     Quando nos sentimos acuados e pressionados, sempre usamos de artifícios para livramos de certas situações. Por exemplo, trabalho com dependentes químicos e eles nos ensinam muito, entre estes ensinamentos são as desculpas usadas para não admitir ou para justificar o uso de drogas. A ciência classifica tais atitudes como os mecanismos de defesas que o ser humano possui – estes mecanismos podem ser tanto psíquicos como biológicos. Tais mecanismos são usados por todos para procurar justificar, ou sair de certas situações embaraçosas. 

     Pois bem, iniciei a crônica com esta abordagem para dizer como estou vendo neste momento o episodio do sanguessugas e as argumentações dada pelo governo. 

     Já escrevi sobre a decepção dos evangélicos. Deputados que usaram da boa fé de seus fieis, e de todos evangélicos de maneira geral para atingirem o poder e depois roubar o país. Não foi um texto político, mas uma reflexão sobre a conduta moral destes que em nome da fé fez o que fizeram. 

     Porem, nesta crônica pretendo expor meu pensamento seguindo um raciocínio sobre todo o quadro político que estamos vendo. 

     Não há duvida que o atual governo tenha muito que explicar a nação, aos eleitores toda a corrupção de seu governo, há uma cortina de fumaça, uma blindagem que visa protege-lo ou pelo menos minimizar os efeitos que vão causar quando de fato começar a disputa eleitoral. 

     Depois de tudo que ocorreu em seu governo as manobras usadas infelizmente, não há como deixar de pensar que este episódio do sanguessugas possa também ser uma manobra eleitoreira para minimizar os ataques de seus adversários. 

     É importante refletir alguns pontos deste caso. Quem levantou a denuncia foi um órgão de governo ligado ao executivo que é a Controladoria Geral da União (CGU). Estas denuncias no primeiro momento embora, atingia parlamentares da base do governo, não aparecia parlamentares do PT. Temos que relembrar que também houve uma tentativa de não deixar que nomes vazassem para a mídia. 

     O que vimos ocorrer é que, este episódio não conseguiu ficar limitado, e a imprensa como também alguns envolvidos começaram a abrir a boca e dizerem o que sabem, e estamos vendo o novelo desenrolando. Se no primeiro momento havia alguns  funcionários públicos de baixo escalão, já sabemos que existem pessoas envolvidas do primeiro escalão como ministro de estados, e já se ramifica estendendo para vários ministérios. 

     Como sempre, mais uma vez o tiro saiu pela culatra, o que parecia algo estratégico começa a tornar pesadelo – aqui nos faz reviver o caso do caseiro. 

     O fogo tornou-se tão grande que agora o governo usa os mecanismos de defesa – aqueles expedientes os quais citei no inicio da crônica – para tentar minimizar o tamanho do incêndio. 

     Primeiramente, procura passar a nação que a iniciativa da investigação foi do governo. Até que não está errado em afirmar, porem a pergunta seria! Com quais objetivos? 

     A segunda ainda é pior e melhor se não tivesse usado, dizer que isto era comum acontecer no passado. Já existe uma famosa frase: “um erro não justifica o outro” e ainda mais, o governo atual continuou a pratica, isto é crime. 

     Como que o governo atual vem a publico e diz que se fazia no passado o mesmo? Então ele assume o erro do governo anterior, não o aciona a justiça e ainda continua fazendo o mesmo por quase quatro anos? 

     Cada dia mais a sociedade brasileira têm que dormir com uma bomba e acordar com o barulho maior no outro dia. Cada dia mais é levado a perder a fé nos políticos e na política porque tentam nos manipular de maneiras sórdidas e com mentiras deslavadas. 

     Precisamos urgentemente construir uma nova nação, não podemos ficar calados e omitir de nosso direito. Temos que acreditar que tudo que estamos vivendo na política atualmente é um pesadelo e vamos acordar desta hipnose que estão tentando fazer em nossas mentes. O Brasil é maior que estes políticos.
Ataíde Lemos
Enviado por Ataíde Lemos em 27/07/2006
Reeditado em 27/07/2006
Código do texto: T203152