Voo para a liberdade
Ensaiou timidamente o seu voo, mas após algumas tentativas e vencida pelo cansaço, parou. Ainda sentia-se frágil, depois de ter saído do casulo e terminado um ciclo. Decidiu então esperar por mais algumas horas até que suas asas endurecessem para suportar o peso do seu corpo e terminado o tempo estabelecido, sentiu-se encorajada ao ver as outras borboletas bailando no céu e alimentada por aquela força, persistiu no voo e eis que ganhou o céu, rumo a sua liberdade.
Liberdade, essa palavra que o sonho humano alimenta que não há ninguém que explique e ninguém que não entenda – poetizou Cecília de Meireles, no seu Romance da Inconfidência; liberdade cantada em versos e canções, outrora também clamada pelos negros nas senzalas, escravizados e torturados.
Liberdade garantida como direito constitucional, mas ainda há muitas correntes que nos prendem, muitos são os grilhões que nos impedem de levantar voo; muitos ainda estão presos a si mesmos, as suas vontades, escravos que são do seu próprio egoísmo, da ambição desmedida e que ainda não se libertaram dos seus preconceitos e atitudes que ferem o próximo.
Somos movidos ardentemente pelo desejo de liberdade. Esperamos e queremos uma sociedade de homens livres. Liberdade em todas as concepções e significados. Liberdade, ainda que tardia.