2012- É pra rir?
Relutei em assistir à produção Hollywoodiana do fim do mundo. Refutei, inicialmente, a idéia de avançar até 2012 e assistir de uma poltrona confortável a vida sendo engolida por um planeta descontrolado. Resolvi locar a catástrofe anunciada quando esta chegasse às locadoras, e assisti-la em minha simples e menos devoradora TV.
Mas, por influência de uma platéia entusiasmada, mudei os planos.
Sentei-me na sala escura do cinema e, envolta pela tela gigante e pelo som aterrorizante, vi o caos acontecer.
Uma comédia. É este o meu parecer sobre o roteiro apocalíptico do afamado diretor Roland Emmerich.
Uma sequência de cenas hilárias marca todas as etapas do cataclismo fatal, no qual apenas o mocinho, a mocinha, seus familiares, alguns políticos e personalidades influentes conseguem, fantasticamente, se safar. Apesar do pivô da trama ser o superaquecimento do centro do planeta, a história é composta por uma conjunção de frias.
Agente 007, Indiana Jones e As Panteras, me pareceram mais verossímeis do que as aventuras de John Cusack e sua turminha do bem.
Com cinco minutos para o intervalo, fiquei pensando se valeria à pena aguardar para saber o desfecho da “bomba”, quer dizer, do fim do mundo.
Enfim, piadinhas tipicamente americanas, olhares melosos e beijos afogueados (pra variar) misturam-se aos momentos tensos da trama, na qual alguns personagens conseguem entrar nas arcas juntamente com algumas espécies de animais (num estilo Noé avançadíssimo), para garantirem a continuação da vida depois do fim.
THE END. Minha nota para produção é um ZERO redondo como o planeta.
A teoria baseada no calendário Maia foi ridicularizada no meio desta explosão de mau gosto. O alerta cabível a situação para qual a Terra caminha, ficou desmoralizado diante desta baboseira cinematográfica. Se a intenção era chocar, garanto que o tiro saiu pela culatra e o que sobrou foi a constatação de que o fim do mundo é uma comédia de quinta categoria.
Do lado de cá não posso afirmar isto ou aquilo e, sinceramente, desejo crer que esta seja mais uma profecia fracassada. Prefiro acreditar que 2012 esteja próximo demais para ser o marco final, embora saiba que algo está mudando no planeta de uma forma muito considerável.
Não precisamos ser cientistas para observarmos que a ordem natural das coisas já não é mais a mesma. Que o inverno começa a se extinguir e o verão a se prolongar. Que fenômenos atemorizantes estão acontecendo em nossos quintais. E, que se não dermos a estes fatores a devida importância e seriedade, podemos ser pegos de surpresa pelo fim, independente de qualquer número de qualquer calendário.
Enquanto isso, os desacertos marcam o acordo da COP 15 e nenhuma ação efetiva dos governos dos países desenvolvidos ou em desenvolvimentos dá garantia de sobrevida ao nosso futuro. O que me faz crer que a única grande sacada do longa 2012 foram as arcas. As quatro enormes e equipadas arcas projetadas para salvar os governantes dos países aliados e toda a sua prole.
Quem nos garante que elas já não estejam sendo construídas?
Pensando bem, na hipótese de políticos e apadrinhados serem os responsáveis pelo recomeço de uma nova civilização, acho que prefiro pegar um jacarezinho no tsunami e ir morar com São Pedro.
Léia Batista
Relutei em assistir à produção Hollywoodiana do fim do mundo. Refutei, inicialmente, a idéia de avançar até 2012 e assistir de uma poltrona confortável a vida sendo engolida por um planeta descontrolado. Resolvi locar a catástrofe anunciada quando esta chegasse às locadoras, e assisti-la em minha simples e menos devoradora TV.
Mas, por influência de uma platéia entusiasmada, mudei os planos.
Sentei-me na sala escura do cinema e, envolta pela tela gigante e pelo som aterrorizante, vi o caos acontecer.
Uma comédia. É este o meu parecer sobre o roteiro apocalíptico do afamado diretor Roland Emmerich.
Uma sequência de cenas hilárias marca todas as etapas do cataclismo fatal, no qual apenas o mocinho, a mocinha, seus familiares, alguns políticos e personalidades influentes conseguem, fantasticamente, se safar. Apesar do pivô da trama ser o superaquecimento do centro do planeta, a história é composta por uma conjunção de frias.
Agente 007, Indiana Jones e As Panteras, me pareceram mais verossímeis do que as aventuras de John Cusack e sua turminha do bem.
Com cinco minutos para o intervalo, fiquei pensando se valeria à pena aguardar para saber o desfecho da “bomba”, quer dizer, do fim do mundo.
Enfim, piadinhas tipicamente americanas, olhares melosos e beijos afogueados (pra variar) misturam-se aos momentos tensos da trama, na qual alguns personagens conseguem entrar nas arcas juntamente com algumas espécies de animais (num estilo Noé avançadíssimo), para garantirem a continuação da vida depois do fim.
THE END. Minha nota para produção é um ZERO redondo como o planeta.
A teoria baseada no calendário Maia foi ridicularizada no meio desta explosão de mau gosto. O alerta cabível a situação para qual a Terra caminha, ficou desmoralizado diante desta baboseira cinematográfica. Se a intenção era chocar, garanto que o tiro saiu pela culatra e o que sobrou foi a constatação de que o fim do mundo é uma comédia de quinta categoria.
Do lado de cá não posso afirmar isto ou aquilo e, sinceramente, desejo crer que esta seja mais uma profecia fracassada. Prefiro acreditar que 2012 esteja próximo demais para ser o marco final, embora saiba que algo está mudando no planeta de uma forma muito considerável.
Não precisamos ser cientistas para observarmos que a ordem natural das coisas já não é mais a mesma. Que o inverno começa a se extinguir e o verão a se prolongar. Que fenômenos atemorizantes estão acontecendo em nossos quintais. E, que se não dermos a estes fatores a devida importância e seriedade, podemos ser pegos de surpresa pelo fim, independente de qualquer número de qualquer calendário.
Enquanto isso, os desacertos marcam o acordo da COP 15 e nenhuma ação efetiva dos governos dos países desenvolvidos ou em desenvolvimentos dá garantia de sobrevida ao nosso futuro. O que me faz crer que a única grande sacada do longa 2012 foram as arcas. As quatro enormes e equipadas arcas projetadas para salvar os governantes dos países aliados e toda a sua prole.
Quem nos garante que elas já não estejam sendo construídas?
Pensando bem, na hipótese de políticos e apadrinhados serem os responsáveis pelo recomeço de uma nova civilização, acho que prefiro pegar um jacarezinho no tsunami e ir morar com São Pedro.
Léia Batista