Um amor do tamanho do mundo todo!
Foges de mim, não é amor esquivo? Foges de mim! Que pena, amor... Que pena... Eu tinha tanto para te dar... Tanto para te fazer feliz... Tanto quanto fosse necessário para que me chamasses de amor de tua vida inteira... Eu tinha muito amor, um mar de amor para te benzer e untar esse corpo moreno de alma brejeira... Corpo sedutor moreno! Alma brejeira e lasciva, lasciva feito as serpentes dos áridos desertos! Eu tinha muito e tu não mais o verás... Não saberás nem verás o meu amor rasgado... Este mesmo amor a ti continuará em mim represado, contido... Quem sabe resolves voltar... Ah como é bom sonhar, amor... Como é bom sonhar contigo!... Com a tua voz de seda firme... Com teu olhar juntinho, penetrante, jambo... Olhar de leãozinho lindo... Ah como é bom viajar contigo em mim ou eu em ti... Mesmo teus espasmos de peçonha mortal, de ti não me afastavam... Morro feliz se assim definir teu doce veneno, anjo... Anjo bom e sonho sublime que durou pouco. Mas nem me desespero tanto assim... Resigno-me. Tudo o que é supremamente longânime, é surpreendentemente efêmero... Mas se quiseres voltar... Ai, amor, ai amor... Ah!... Prender-te-ei em minhas garras afiadas de fera escaldada... Afogar-te-ei no meu rio de desejo... Mas o que é teu, guardado está. Quem sabe, não amor? E aí a lubricidade, que agora me avassala, arrasa, destrói dará uma festa... A festa mais feliz que já se viu... A festa da volúpia que há em mim e que eu imaginei em ti... Volte amor... Volte... Antes que meu coração vira-lata a outras luxurias vá. “Sei que errei e estou aqui pra te pedir perdão. Cabeça doida, coração na mão, desejo pegando fogo...” Mas saibas de uma coisa: meu olhar vai dar uma festa, quando voltares!
(texto sem revisão)