Mestre da autopromoção
Rafert é um cidadão português de 51 anos que lê meu blog e interage com as mensagens ali postadas. Meu leitor de além mar informa que é “saudável no casamento e tem vivido bem até agora”. Escreve contos e crônicas. Lendo a matéria sobre Fatinha, que criticou de maneira deselegante meu jornal “Tribuna do Vale”, ele comentou que meus textos são bons, mas sou mestre mesmo em autopromoção. “Perdoe-me pela sacada”, acrescenta o cidadão de Portugal.
Finalmente descubro que sou mestre em alguma coisa, pelo menos na visão de outra pessoa. Embora peça vênia para discordar do Rafert, no que concerne à crônica citada, porque não sei como alguém que publica opiniões negativas a seu respeito esteja procurando autopromoção. Seria autopromoção se alardeasse meus próprios méritos ou atributos. Mas acho que fui honesto ao divulgar uma opinião desfavorável.
Outro leitor, esse de Itabaiana, respondeu rudemente à dona Fatinha, a mulher que odeia o “Tribuna do Vale”. Zé Luiz, o leitor, sai em defesa do jornaleco itabaianense recomendando que Fatinha “guarde sua língua na boca” porque nunca leu o jornal e não deveria ter feito uma crítica destrutiva à publicação “tão considerada na região de Itabaiana”. Para meu leitor, a madame Fatinha “não tem conhecimento técnico nem bagagem cultural suficiente para julgar a qualidade de um jornal”.
Voltando ao português, talentoso na ciência da autopromoção, não acho que sua observação tenha um cunho ofensivo ou calunioso. Publico vez em quando mensagens elogiosas dos meus raros leitores porque o artista, por mais medíocre que seja, necessita de aplausos. Sabe quem era considerado verdadeiro mestre da autopromoção, além de um genial artista e homem sagaz? O escultor August Rodin. O mestre guardava um vício de caráter: não divulgava a colaboração da sua amante e aluna Camille na feitura de suas obras. Sendo mestre na autopromoção como considera meu amigo português, pelo menos esse pecado não cometo: divulgo todas as mensagens dos leitores que são a razão de ser do blog. Eles fazem comigo esse espaço cibernético.
Meu compadre Jota Alves, radialista em Guarabira e mariense ilustre, sai em defesa do seu velho amigo, o Fabinho aqui: “Com a máxima data venia e, entrando no debate com o portuga a respeito de autopromoção, devo dizer ao nobre que sou testemunha do quanto Fábio foge dos holofotes e tão somente se preocupa em direcionar o foco a personagens ilustres desconhecidos, mas merecedores de luz, iguais a Manoel Pedro - hoje Pedro Graciano na Rádio Rural -, Francisco Tadeu, Silvano Silva, João (Jota) Alves, Mércia Chaves, Hozaneide Vicente, Damião do Picolé, Luis Trindade, Edileide Xavier, Severino e Manoel Batista, Beba do Violão, entre outras figuras populares da minha Mari. Todavia, entretanto, porém... fui buscar na sétima arte um verdadeiro mestre em autopromoção: ALFRED HITCHCOCK. O rei do suspense não abria mão de uma aparição, por menor que fosse, em todos os seus festejados filmes”.
No Brasil, acho que o troféu máximo da autopromoção fica com o jogador Romário, salvo melhor juízo.
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