Tenho 27 anos e dois dedos sem gelo no copo alto
Bastardo é o filho da puta que insiste em ser uma contravenção medíocre da sustentação do molde que obtém um macaco e um galo enjaulados por um crime que foi cometido pelos cachorros do Senado de nossa exuberante República.
A sanfona que agora toca Novos Baianos mostra a verdade tão antiga quanto a missa que espera um campo e uma renda melhor. Do campo vejo uma aurora boreal pelos morros da Cidade Olímpica de 2016, que continua linda e cada dia mais vem agregar adjetivos, e o pejorativo agora rogado por nossa geração como valor, assim caminha parado rumo ao sucesso medieval.
Na sala de noite calço minhas meias, chinelas, bermudas e uma linda camisa social. Agora coloco meus óculos escuros e ligo a TV; pronto, acompanho qualquer reality show, sem gelo mesmo e puro, meu whisky derrete com o fino e claro que tudo abre em grande visão sobre a estupidez contraditória dos animais.
Mas como todo ano que entra, eu penetro em um ser de confiança sem camisinha.Mas com a plena consciência de fazer algo limpo, nos entregamos aos vícios e limpamos toda a sujeira. Enquanto corre a barca declaremos a guerra contra essa sociedade injusta do nosso mundo particular, não queremos mais ver o que brota em nosso jardim sem plantação, quero alfaces, cebolinhas e o abraço de quem fala a verdade em sua cara, enquanto a mistura de dois rádios toca canções tão distintas quanto Vila Lobos e Jefferson Airplane, mas isso não vai importar se quem fala tem tanta sede ou fome de ouvir. Assim vamos partindo para a evolução material de quem gira em caixa alta o tom de sua voz emburricada pelos solitários e sedados malucos do cotidiano ordinário, assim completo mais um ano e você completa o meu copo com uma dose a mais.
Sem Gelo.