Texto para um dia impróprio
Alexandre Menezes (Rascunho)
“Fizeste a mesma cara do Kid Bengala beijando baixo”. Foi assim que ela revelaria o escondido gosto por filmes bizarros e que se incomodava com algo. “O que é o que?” foi a resposta automática do cérebro que apenas associava o nome KID aos filmes de faroeste, vinil e HQs. Assunto desconversado, prosseguimento e descanso.
Outro dia. Repetidas vezes a mesma pergunta e sempre um sorriso amarelo como resposta. Evitou responder, porém, não evitaria que o navegador, aquele oráculo do mundo, a resposta desse em seu lugar e detalhadamente. Quando se cresce, mais vale uma curiosidade muda. Nem sempre é bom perguntar sobre tudo que se escuta em determinadas ocasiões.
Biografia, fóruns e vídeos. Bem menos que uma hora foi bastante para entender o que havia dito. É, realmente o corpo fala. Quando se mostra no rosto o que prefere manter escondido é porque se chegou bem próximo ou está no limite. Os toques, os gestos e os carinhos se assemelhavam à obrigações.
A frase e o sorriso amarela não foram pelo desconcerto de não saber como falar certos termos.Fazer cobranças por meio de metáforas e comparações era sua modalidade predileta. Sabia que sua afirmação causaria curiosidade e geraria reflexões. Deixou que a resposta surgisse na hora certa.
Para buscar a resposta surgia. Enquanto caminhava, pouco a pouco, ela crescia aos olhos e se notava sua dança com o vento. Quanto mais perto chegava melhor se entendia os versos que recitava: revelações de segredos que o vento trazia. Personificando coisas, era a modalidade predileta para ir embora que ela sempre fazia. Então ali, a brisa recitou pela última vez e nunca mais voltou.
OBS- Caros leitores e leitores amigos. Esses dias a criatividade está em baixa, por isso, tenho publicado rascunhos e textos pilotos de projetos.
Forte abraço