Boeuf bourguignon

Foi ele que incentivou Julie Powell a buscar as receitas de Julia Child. É bem gostoso, comi o autêntico (feito com músculo) na França, mas a maneira de fazer é bem complicadinha pro meu gosto. Nem me abalei em aprender. Fiz muitas vezes o meu cozidão de coxão mole mesmo, junto com grandes pedaços de batata e cenoura que ficam douradas.

Já fui surpreendida por pessoas que disseram nossa você sabe fazer molho ferrugem! Eu nem sabia o que era... Desconfio que deva ser a coloração que a cenoura dá ao molho da carne... e ela faz isso sozinha, sem nenhuma contribuição de minha parte. O único toque especial que dou a esse prato é acrescentar vinho tinto à água do cozimento, que não pode ser muita, para não ‘lavar a carne’, como já ouvi dizer. E não é vinho francês, claro! Porque este só tomo em grandes ocasiões.

Crianças não gostam muito de carne cozida, preferem bife, carne moída, hambúrguer, essas coisas... e assim era com meus filhos. Mas um dia em que havia este prato no almoço e um amiguinho deles, francesinho, estava em casa, fiquei toda prosa. O garoto comeu com gosto, de lamber os beiços e ainda falou:

_ Humm, que delícia! É o mesmo prato que minha avó faz lá na França, igualzinho!

Nunca me lembrei de dar nome a esse cozido, mas agora, pensando bem, poderia chamá-lo ‘Boeuf grand-mère’, que quer dizer ‘Boi da vovó’. A dele, o francesinho, porque eu aqui ainda não tenho netinhos...

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O francesinho em questão, agora já não mais criança, se chama Tugdual. Filho do meu colega Bruno Belbéoc´h.