A G O R A !!!
Quero primeiro, sem segundas intenções, terceiro milênio, ressaltar, que ainda acredito nas vírgulas, nos pontos, nas exclamações, interrogações soltas no caminho, não precisa ser o de Santiago, mas pode ser o que me leva para casa, vou em passos lentos, contando, cantando, respirando, ciente que sou eu mesmo que me dirijo para frente, algo assim como fugir do frenesi, assumindo meu lugar neste lugar, aqui e agora.
Neste exato momento, enquanto o coração ainda pulsa, só me resta viver, a literatura, literalmente, eu e o resto do mundo.
Agora, neste exato momento, escrevo, e o resto do mundo não sabe. Me conheço, e o resto do mundo não.
Escrevo sem muitas formalidades, as idades não interferem, formalidades, condecorações, os corações, borbulhantes, as mentes brilhantes, brilhando de alegria, que não se conhecem, não se encontram neste universo, só a literatura para unir.
Leio, escrevo, reescrevo, releio, invento, reinvento, e assim acordo, falo comigo mesmo, me elogio, longas conversas através deste tempo que ainda disponho, discuto, dialogo, como se eu existisse mesmo, parente muito próximo dos dinossauros, que desapareceram.
Agora vou reescrever, quem vai ler? Quem vai escrever, se só quero ler? Quem vou ler?
Se o que sei fazer é isto e aquilo, isto e daquilo, disto, crônicas de um mundo despedaçado, o que é isto que estou fazendo? Ou não estou fazendo?
Falo, falo, falo e não paro nunca mais de falar.
Já se passaram séculos e continuo falando, machucando meus tímpanos e minha paciência, qualquer coisa, os aluguéis estão muito caros, a vida parece interminável, pegando frases de outros mundos, não sei mais o que não fazer.
Sem a paciência de um monge, longe disto, sei que faço isto e aquilo para não ter que esconder de mim mesmo, mesmo, a mesma estória de sempre, como se fosse uma eterna repetição, repartição pública, com gratificações, benesses, para ter que me aposentar. Agora.