E ASSIM FOMOS CRIADOS
E assim fomos criados, como se fossemos o que estava
traçado no destino, de um só pensamento.
E sem saber bem o que éramos.
Sabíamos apenas ser tese e antítese. Talvez destinados a
síntese do amor, mas ainda não sabíamos ao certo.
Só sabíamos ser como numa pintura, o longe mar
e a lua que lhe refletia seu eterno brilho.
Talvez arte, talvez apenas solidão.
Éramos apenas um sonho uma palavra nada mais, mas que
contrariava o que era real e desvendávamos a beleza do eterno
e invisível. O belo e o harmonioso.
E ao mesmo tempo tudo era contrário, como o dia e a noite.
E como o vento, e o moinho a lhe sentir sem lhe poder acompanhar.
Éramos como estrelas cadentes caminhado juntos, e separados
pela distância do universo.
E nos afastávamos como a águas na nuvem que vai ao norte e
as correntezas das águas que vão ao sul.
E eramos assim, eu como a pequena fogueira,
diante de ti, as mais belas ondas do mar.
E eram tão grandes as tuas riquezas e glorias,
diante de minhas tão pequenas mãos de menino.