Cronistas e o futebol

Não sei as origens, mas os cronistas gostam de futebol. O melhor exemplo é Nelson Rodrigues, com a sua coluna no Globo “À Sombra das Chuteiras Imortais”. Os leitores de “O Globo”, mesmo aqueles que não se importavam muito com futebol, eram seus seguidores.

Fluminense fanático, Nelson deixou peças e inequívoco valor. A frase “impossível é o Brasil não ser campeão mundial”, parece uma profecia. Não foi uma, foram cinco, e ao que tudo indica, a sexta está bem próxima.

Não só o nosso maior dramaturgo. João Saldanha, que escrevia muito bem, era outro otimista. Preparou a base da Seleção que viria a ser no México tri-campeã do mundo.

Armando Nogueira. Um intelectual, como os dois citados, que nunca admitiu não ser a Seleção Brasileira a melhor do mundo. A lista continua, mas paro. A minha curiosidade á a razão destes mestres gostarem tanto do futebol.

Talvez, creio eu, ser o esporte mencionado contagiante. Muitas pessoas que não sabem o que é impedimento, na época da Copa torcem, gritam, dão opiniões, pertinentes ou não. Ficam possuídas pelo espírito futebolístico.

Razão? Quem vai achar razão num clima destes? Paixão, isto sim.

Lembro quando o Brasil foi campeão, na Suécia. Era pequeno. Mas o estardalhaço foi grande.

De lá até agora, não torço por time algum.

Mas quando as amarelinhas entram em campo, fico arrepiado. Ver a Seleção jogando nos seus melhores dias impressiona pelo bailado e coreografia usando a bola. Não é esporte, é arte mesmo.

Não me perguntem as razões. Eu as desconheço.

Jorge Cortás Sader Filho
Enviado por Jorge Cortás Sader Filho em 12/01/2010
Reeditado em 12/01/2010
Código do texto: T2024869
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