O FIM DA POESIA

Qual seria para o poeta o fim da poesia?

Qual seria para mim o fim de todas estas lamurias?

Qual seria o fim de todas estas cousas?

E qual fim, nós teríamos ?

Pensei em abandonar a poesia.

Pensei em reivindicar o meu direito.

O direito de não ser mais sozinho, a tua espera.

O direito de não mais sofrer por tua espera.

O direito de não te fazer mais sofrer a esperar por mim.

Aguardando eu meu destino, pensei em ser mais que o viajante.

Pensei em ser mais que, o aguardado na estação.

Quis ser o maquinista que sabe aonde vai e quando irá voltar,

Levando sempre para mais longe e para mais perto,

Porém ele mesmo não sai de seu lugar.

Já disse, virei poeta por equivoco.

Me perdi no tempo da imaginação.

Na rua da esperança me desencontrei.

E encontrei-me por um acaso no beco da solidão.

Na esquina do amor te vi por um acaso.

E senti por um acaso, ser aquela a minha morada.

Não tive mais caminho certo.

Não encontrei caminho de volta.

Não sei que rumo tomei.

Nem se me perdi ou se me achei.

Mas hoje quero chegar ao fim deste caminho.

Deste caminho, seja ele qual for.

Este caminho novo, em que me vi derre pente.

Este caminho de vida e de dor.

Este caminho novo, não sei se certo ou se errado.

Quero descobrir onde ele termina,

E o que mais pode ser esperado.

Quero descobrir como termina o amor

Ou o caminho novo encontrado.

Ou quero recomeça-lo

Todos os dias, para sempre. E sempre.

Pois se me perdi neste caminho, foi por não achar

Caminho melhor para mim.

Quero me perder neste caminho todos os dias.

Pois só assim descobrirei novos rumos.

Quero voltar a onde tudo começou.

E será este, o fim do caminho do poeta.

E o reinicio de todos os dias.

E será este o fim da poesia.

Somente este o fim da poesia.

Pois que ela não termina

Mas somente recomeça.

E é o recomeço do poeta.

O recomeço de todos os dias.

E o recomeço, para o amor.