O amor conquista tudo
“Amor Vincit Omnia" vem do latim e significa o "amor conquista tudo". Mesmo com tantas diferenças o amor sempre conquistará tudo. Tudo conquista o amor, quando conquista uma alma, porém o primeiro rendido é o entendimento. Assunto para infinitas horas de reflexão e tema de inúmeros Livros (dentre os quais se destaca o maior best-seller, a Bíblia), o amor é a essência mais preciosa da vida, e está à disposição de todos que desejam apreciá-lo e compartilhá-lo – o que, reconheço para mim mesmo, é um contínuo aprendizado. Se tiver que explicar por que concordo que o amor realmente conquista tudo, muito simples: porque o amor é tudo.
O amor é aquela coisa de que muito se fala, mas raramente se vê. Confunde-se sim, sexo com amor, apego neurótico com amor, controle da vida alheia com amor, fanatismo com amor, superstições religiosas com amor. Amor é uma palavra poluída que praticamente perdeu seu sentido mais profundo que é aquele que existe nos evangelhos.
Como pode existir amor onde há neurose e apego? Se o amor fosse mais do que uma palavra abusada e esculachada, o mundo não seria tão violento como é. Mas como é apenas um ideal ou falta de autoconhecimento, a idéia de amor apenas serve para esconder o fato de sua ausência e as diversas máscaras que o egoísmo usa, pretendendo ser o que não é. Por isso, que há tantos divórcios. Erich Fromm escreveu se não me engano um livro com o título "A arte de amar". Todo jovem deveria ler para cair na real.
Parece que estou seguindo apenas a linha do amor ao próximo, enquanto a minha "sorte de hoje" fala de conquista. Bem, disse que o amor me faz ser projetado para o exterior, e não sair de mim. Em outras palavras, amor não é algo que tende a enlouquecer (embora seja capaz de fazer "loucuras"). Muitíssimo pelo contrário: ele alarga a visão e aprimora a consciência a respeito de tudo, inclusive ao próprio respeito. Se verdadeiramente amar, todo desejo e todos os esforços se direcionarão para as mais sólidas, benéficas e duradouras conquistas. Uma das razões para isso é que o amor não se manifesta em função do tempo, um fator que amedronta muitos projetos e os contamina com crises de ansiedade.
Mas será que o amor conquista tudo mesmo? E se eu quiser conquistar alguma coisa que não é boa ou que pode prejudicar alguém? Então não estamos falando de amor, e sim, de paixão, de ambição ou mesmo de desespero. O amor verdadeiro é algo tão forte que faz aquele que o vive se projetar para fora de si, chegando muitas vezes ao ponto de vivenciar a experiência alheia. É transbordante, muito abrangente.
Às vezes, sem sabermos o porquê, tudo se desfaz por entre os dedos e assistimos admirados e impotentes à conquista do amor: ele desfaz-se em gritos, insultos e estalos, tudo se perde num absurdo, percebemos que tudo está perdido, que as palavras e os gestos nos atraiçoaram para sempre, que preferimos morrer a enfrentar uma realidade por nós criada, alimentada por medos e dúvidas e percebemos que nos tentamos para sempre, que nunca mais podemos recuperar o que construímos… Os sonhos estatelaram-se como copos que atiramos contra uma parede e se desfizeram em mil cacos e que, de repente, vemos a nossa vida em infinitos fragmentos de vidro iguais a nada, porque o nada é branco e tem um princípio e um sentido, mas desaparece quando percebemos o que aconteceu… E os vidros ficam ali. No chão. À espera de serem apanhados por uma vassoura, tal como queríamos que alguém nos tocasse e nos agarrasse e ainda nos levasse para um sítio onde a vida não fosse branca e o amor não fosse negro. Mas que o amor fosse um amor de conquista, amor que vence tudo.