Amar, simplesmente amar...

O Cupido tirou longas férias, ou então está economizando suas flechas... Esta é uma das conclusões que podemos chegar ao observar o número de pessoas solitárias, carentes de amor, e o aumento da oferta de livros e programas televisivos que abordam como tema principal o Amor e os caminhos que levam ao seu encontro.

Escritores de diversas áreas de formação bem intencionados sugerem, indicam ações e até pensamentos que possamos ter para conseguir encontrar a “pessoa certa”; amar e sermos correspondidos, se possível, sem muita ansiedade, decepção, saudade e sofrimento, enfim, sem uma entrega total de alma, de comprometimento com o amor e os riscos que ele envolve. Amar com uma margem de segurança.

Até certo ponto, as sugestões são lógicas e aceitáveis; devemos amar primeiro a nós mesmos, antes de amar alguém. Também se faz necessário, termos nosso espaço físico e mental, e não esperar demais de um sentimento que pode não ser eterno para um dos envolvidos.

No entanto quando se trata de viver um grande amor e difícil usar a lógica, assim como, é difícil fazer o coração bater menos forte na presença deste, é como tentar parar uma tempestade, ou dominar às mudanças das estações do ano...

Amar é arriscar, confiar, um risco que nem sempre compensa, mas vale tentar ousar sonhar!

Ainda não inventaram uma “borracha” capaz de apagar as lembranças de um grande amor, e se ela existisse, teria que ser mágica para não apagar também o coração da pessoa que senti esta saudade!

Quando se trata de amor, não é possível fazer previsões, encontrá-lo deveria ser natural e espontâneo como um sorriso de criança, ou tranquilo como um gato ao se espreguiçar em um tapete aquecido pelo sol que entra pela janela...

As reflexões sobre o amor e suas consequências são antigas: “O mesmo amar é causa de não amar e ter amado muito, de amar a menos.” (VIEIRA, Sermão do Mandato, 1643).

Desencontros a parte, amar é sempre um desafio, uma aventura que poderá ter maiores chances de sucesso, quando o Cupido voltar de suas férias, ou então parar de economizar suas flechas...

Vanice Ferreira

(20/07/2008)