O VÍRUS HUMANO
O mundo está mudando. Dá para sentir no ar, na terra, na água. A cada dia e os sinais disso são escancarados. Nas mais diferentes partes do mundo se vê a natureza subjulgando populações e demonstrando sua supremacia. Há quem aproveite para discursar (geralmente com o dedo apontado para o céu) dizendo que é um sinal do Apocalipse, que estamos vivendo o final dos tempos, que é preciso se arrepender, que só os "mundanos" não vão pro Éden (não o De Paula, mas o paraíso bíblico). Para outros, o que ocorre é algo muito natural. Tudo o que se vê faz parte de um processo milenar e cíclico. Ou seja: de tempos em tempos, tais coisas sucedem. E se temos a tecnologia para desenvolver equipamentos metereológicos cada vez mais eficientes, não temos nada o que fazer diante dos efeitos do clima. Ainda mais quando esses efeitos são observados em nível global.
Ocorre que a população mundial é cada vez maior. Hoje, somos quase 7 bilhões de pessoas. Estima-se que até 2050, seremos mais de 9 bilhões. Levando ao pé aquela história de "crescei-vos e multiplicai-vos", o ser humano fez isso. E aumentou o consumo de tudo à exaustão, chegando num ponto em que o que a Terra oferece de água e comida já não basta para matar toda a sede e toda a fome que há. E, assim, o Planeta vai sendo espremido na tentativa de tirar-lhe todo o sumo, como se faz com uma laranja. As consequências que o ser humano sofre é fruto do abuso, avançando além do necessário. Se a raça humana demonstra, com isso, não ser inteligente, azar: o Planeta Terra é. E da mesma forma que nossos anticorpos entram em ação para combater algum vírus, a Terra nos combate de igual maneira. Somos o vírus humano.