Bom dia, queridos leitores recantistas!

Hoje, como sempre faço, vim dar uma passeadinha pelas páginas de muitos de vocês, à fim de recarregar minhas energias e aumentar meus conhecimentos, e lendo uma crônica do escritor Moacyr de Lima e Silva, intitulada ¨Como interpretar o Espírito do Natal?¨ tentei fazer um comentário. Mas, não sei se por ser um tanto prolixa, ele ficou tão grande, que humildemente e sem nenhuma pretensão, achei melhor colocar aqui para a apreciação e reflexão de todos os recantistas... Grata!

http://www.recantodasletras.com.br/cronicas/1904400

Bom dia, meu amigo! Sabe Moacyr? Eu estava aqui lendo

novamente essa tua crônica tão belamente escrita e cheia

de verdades e refletindo sobre a fé. Acho que o que faz

as coisas serem como são nos dias atuais seja exatamente

consequência da falta de fé em Deus. A gente diz que tem

fé, que conhece a palavra, que ama a Deus e que tenta ser

bom e seguir os seus preceitos... A gente diz. Mas, a cada

coisa ruim que nos acontece, cobramos de Deus e não raras

vezes, O acusamos pelas nossas desventuras. Mas, que fé

é essa então? Bom, eu descobri que a minha fé é uma fé

empírica. Ou seja, eu tenho fé porque o meu pai me ensinou

desde cedo a orar e me falou a vida inteira e fala ainda, para

mim, das coisas de Deus. Mas, eu mesma jamais tive a tenacidade

de fazer um estudo detalhado, criterioso, crítico e sensato

sobre tudo o que sempre ouvi falar de Deus. Então, eu de fato

não tenho fé. Não aquela fé epistemológica que eu DEVERIA ter.

Não. Talvez, seja por isso, que tantas vezes fico sem saber o que

me acontece e como prosseguir... Então, reclamo de Deus...

Bem, eu já tomei essa consciência. No entanto, quando penso

em fazer um estudo mais aprofundado, me dá um cansaço tão

grande, um desânimo... e eu termino sempre desistindo, ou

tomando outros rumos. Por que será?

Sabe meu amigo? Eu descobri que tenho me armado a vida inteira contra Deus e contra todos aqueles que tentaram me passar os seus conhecimentos sobre Ele. Então, eu coloco uma parede entre mim e toda e qualquer pessoa que tente se aproximar e do jeito dela, falar da sua fé, daquilo que ela acredita e defende como verdadeiro...

E sabe por que eu faço isso?

Porque eu não consigo aceitar essa coisa de ter uma fé cega, empírica, dita, mas não vivificada de fato.

Essa fé que as pessoas procuram, me perdoem a expressão, ¨empurrar goela abaixo¨. Mas, que nem elas próprias têm, basta olhar as suas vidas.

No alto de minha ignorância, penso que se nós verdadeiramente amássemos a Deus, jamais Lhe cobraríamos qualquer coisa. Apenas Lhe seríamos gratos por tudo o que somos, vivemos e recebemos gratuita e incondicionalmente d’Ele.

E por sentirmos esse amor a Ele, nosso Deus de bondade e benevolência, nós olharíamos para TODOS os seres, criados por Ele, com doçura, com respeito.

Jamais desejando, ou fazendo-lhes qualquer mal, pois se são obras e criação desse Deus tão amado por todos nós.

Mas, não é assim que acontece. As pessoas falam em Deus e excomungam umas as outras. Clamam a Deus e enganam as outras. Frequentam igrejas e difamam, machucam, ferem, roubam, matam as outras... Que fé é essa?

Que amor é esse que é capaz de matar? De destruir o que foi criado por quem se ama?

E como pode a fé oscilar e dançar ao ritmo do tilintar de moedas?

Amor se paga? Amor se cobra?

Tânia Regina Voigt
Enviado por Tânia Regina Voigt em 08/01/2010
Reeditado em 16/01/2015
Código do texto: T2017785
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