Desconfio que não sei.

A muito não falo diretamente de algo, por exemplo: dissertação sobre política, sexo, mundo, vida, etc...

Estou agora, enquanto meus dedos perseguem as letras, pensado no que falar, e se compensa falar (escrever), desde quando descobri que me desminto todo dia, que parei de fazer essas dissertações. Não sei de nada, tudo que eu falo, depois acho coisa errada, é incrível. É chato, estou constantemente com medo de expor minhas idéias, de comentar certos assuntos, é mais que chato, é triste, é uma bosta! Tento ler jornal para entrar no mundo das informações, mas há quantas informações falsas? Não confio nem no meu amigo, vou confiar em jornalistas e publicitários? Não tenho total confiança em ninguém, desconfio agora até da minha cachorra, pois outro dia, foi só virar as costas e ela abocanhou meu biscoito de maisena, pegou dois de uma vez, acabou com meu café da tarde. Mas voltando ao assunto, não sei de nada, não nem como continuo este texto, não sei nem se devo continuar ou me despedir, a segunda opção seria fugir? Não sei...

Acho então, que é melhor continuar falando em versos e poesias, pois assim mascaro minhas idéias tortas, falsifico minha sabedoria, lustro meu crânio gasto, completo a minha moleira com gesso. Posso até lamber o céu, posso fazer olhos virarem luas, posso falar em paraísos e trevas, comparar políticos a atrocidades, comparar meu amor a uma flor, posso enfim alfabetizar um burro.

Enquanto não mudo de idéia, minhas dissertações estarão em greve, enquanto não confio em mim, minhas idéias estarão mudando e minha moleira aumentando... ou diminuindo, não sei.

Enzo Pinho
Enviado por Enzo Pinho em 25/07/2006
Código do texto: T201760