Prevenir ou Remediar?
Na minha crônica anterior sobre “Aborto da Natureza?”, cheguei a dizer que “o homem, com a sua inteligência, não sabe cuidar da prevenção”, como forma de evitar ou diminuir o tamanho de uma tragédia quase anunciada em decorrência da intempérie da natureza. Já vem de longe o dito popular de que “prevenir é melhor do que remediar”.
Numa pesquisa hoje divulgada pela Rede Globo ficou comprovado que o Ministério da Integração, através da Defesa Civil, gastou muito mais com a recuperação dos danos causados pela chuva do que com investimentos na prevenção. E a desculpa do não investimento foi por falta de projetos e não por falta de recursos financeiros. Do ponto de vista orçamentário, apenas uma incoerência contábil, não se aplicando os recursos na sua finalidade precípua. Entretanto, do ponto de vista social, um prejuízo imensurável, pois não só danos materiais, que podem ser recuperados, mas, sobretudo, vidas humanas ceifadas tragicamente.
Há também o dito popular de que “o brasileiro só fecha a porta depois de arrombada”. Recentemente, depois de fortes chuvas caídas aqui na cidade, vimos muitas inundações por conta de galerias obstruídas por falta de manutenção tempestiva. No dia seguinte, aquela correria dos serviços de limpeza para desobstruir algumas canalizações por onde a água poderia correr livremente, sem transbordamento, se devidamente desobstruídas. Mais uma vez, constata-se que só depois do leite derramado é que se pensa em consertar o balde.
Mesmo em outras áreas humanas, como a saúde, é público e notório que prevenir é melhor do que remediar. Alguns planos de saúde, reconhecendo que o tratamento da doença é mais dispendioso do que o investimento na prevenção, implementam programas dando ênfase essencialmente para a melhoria da qualidade de vida dos seus usuários, a fim de que mais tarde não venham ter onerosos custos hospitalares. Ganham os planos e ganham os usuários, pois melhor é ter e não precisar do que precisar e não ter.
Que sejamos cautelosos, cuidando mais da prevenção, sem cruzar os braços e esperando que Deus nos proteja de todos os males. Foi Ele mesmo que nos advertiu: “Faz por ti que Eu te ajudarei”.