O NOVO E O CONHECIDO






Há pessoas que nasceram sob o signo da mudança. Estão de malas prontas e sua pátria é "móvel e mutável". Gente de alma cigana, capaz de construir uma trajetória em algum lugar e de repente, a oportunidade surge e tudo é deixado para trás, sem qualquer vestígio ou ranço do apego. O novo exerce a atração irresistível.


Creio que estas pessoas não perderam a sensação de eterna descoberta do mundo. São conquistadoras naturais.


Outros viajam sem sair do lugar e assim, olham para a realidade e a recriam. Fazem arte.


A imagem que ilustra a crônica é um exemplo deste olhar que combina o desapego ao convencional e ao mesmo tempo, a celebração do novo.


Uma chama de água na vela... E então a imaginação navega em outro olhar sobre as mesmas coisas.

Por que tantos recusam o novo?


Penso que deva ser a tal "zona de conforto". Muitos são infelizes, mas seguros! Conhecem sua vida e limitações e temem arriscar a novidade, ainda que a pele da alma crie feridas e os olhos ressequem de tanto chorar, mas é tudo tão conhecido e familiar!


E como dor é inevitável e faz parte da vida (apenas o sofrimento pode ser considerado escolha), as lágrimas, ao invés de se converterem em gota de criação desta chama na vela, esvaem pelo ralo inútil e sem sentido do sofrimento repetido.


Todo dia, tudo igual. Sem choro nem vela de água...




(*) IMAGEM: Google



Dolce Vita
Enviado por Dolce Vita em 07/01/2010
Reeditado em 07/01/2010
Código do texto: T2015996
Classificação de conteúdo: seguro
Copyright © 2010. Todos os direitos reservados.
Você não pode copiar, exibir, distribuir, executar, criar obras derivadas nem fazer uso comercial desta obra sem a devida permissão do autor.