Coisas de Ano Novo...
No balanço final do ano que se foi, velhinho e cansado, o saldo não é lá aquelas coisas.
Talvez a vida tenha dado mais trancos do que barrancos para me recostar, mas, tenho que reconhecer que fui abençoada com uma memória meio fraquinha ou, melhor dizendo, seletiva.
Os trancos ficam bem escondidos num lugar em que o pensamento quase não chega ou, se chega, é só de passagem e bem de mansinho pra nem ser percebido.
Assim, a esperança, tão clichê, tão piegas, mas tão resistente traz de volta - lá vem o clichê – o otimismo, que empurra para o novo ano e lota a alma de sonhos.
Não peço muitos barrancos, mas juro que consigo caminhar sem trancos; se a vontade fraqueja, o instinto entra em cena e sigo em frente.
Não faço listas nem grandes propósitos, mas entro no clima, espanto com um peteleco os fantasmas e sorrio: bem-vindo jovem que chega! Abençoado seu frescor, suas novidades e todas as possibilidades que você oferece.
Desfruto de sua chegada como criança, sem questionar ou racionalizar sobre a data, pois de uma coisa tenho certeza: o ceticismo, mesmo que por minutos, deve ficar de fora.