Pequenos reizinhos, adultos inseguros
Tenho observado uma quantidade enorme de pessoas indecisas, que não respeitam a si próprias e aos outros.
Pessoas imaturas, sem capacidade de observação e que não conseguem ser adultas.
A palavra chave é: quero tudo e não abro mão de nada que me dê prazer.
Como crianças e sem discernimento, não sabem o que podem ou não podem nem o que é delas ou não.
Vemos adultos mimados, com pouco ou nenhum discernimento sobre o que é “meu” e o que é “seu”, com baixíssima resistência à frustração, sem maturidade para descobrir qual é o seu real espaço.
Escolher, decidir e arcar com essas responsabilidades faz-nos pessoas e profissionais melhores.
O fato é que tudo começa na infância e desemboca em maus filhos, maus profissionais, maus pais e maus cidadãos.
Os pais quase sempre superprotegem por acomodação ou negligência.
Em vez de impor limites é muito mais fácil atender aos desejos da criança.
Outras questões podem estar relacionadas à rivalidade entre o casal, levando-os a disputar o amor do filho, mimando-o.
Também faz parte disso a velha frase: quero que meu filho tenha tudo o que eu não tive.
O mimo é a não colocação de limites claros e passar a atender a todos os desejos do filho.
Antecipar-se para que ele não se frustre, protegê-lo dos sofrimentos naturais e inerentes à vida. “São atitudes familiares que podem induzir a criança a ter um comportamento de risco não só na adolescência, mas ainda quando for uma criança maior”.
O resultado disso são adultos inseguros, que desenvolvem um comportamento delinqüente, que se na liderança de grupos maltratam, prejudicam e até desprezam as pessoas que não concordam com seu jeito de pensar e agir.
Natural.
Foram tratados como realeza a vida toda!
A reeducação sempre é possível, contanto que os pais realmente a desejem e estejam dispostos a arcar com as consequencias inevitáveis em função da mudança de atitudes, bem como com a resistência do filho em perder o trono (falso e prejudicial) no qual sempre viveu.
Geralmente, a escola chama os pais para orientá-los a procurar ajuda profissional, pois é no ambiente social do filho onde aparecem os desvios de conduta com mais frequencia. Outras vezes, os próprios pais percebem que tudo já está fora de controle e nem eles mesmos conseguem suportar mais tal situação.
E é neste momento de coragem que podem procurar um profissional da área de psicologia para ajudar não apenas a criança (eles também), a se desenvolverem e aproveitarem todas as suas potencialidades.
(baseado em textos da psicóloga Patrícia Spada)