Se as casas de praia falassem...
É verão e o sonho de passar alguns dias na praia envolve as pessoas tornando-se realidade para muitas. O merecido descanso, o prêmio por ter passado de ano ou no vestibular, vários são os motivos que nos levam a alugar uma casa de praia, de preferência, perto do mar com um bom com espaço para estacionar os carros, montar uma rede de vôlei, ou ainda uma barraca para os amigos mais destemidos...
Muitas seriam as histórias que as casas de praia teriam para contar, caso falassem; incontáveis segredos, como os grãos de areia... Desde conversas sem importância sobre quem vai comprar a água mineral, ou esqueceu-se de trazer o filtro solar, até romances que se iniciam, e paixões que terminam, pois as paredes e os móveis têm “ouvidos”.
Lembro-me de uma casa em especial que ficamos há alguns anos tinha uma cozinha e copa espaçosas e claras, um bom quintal e local para redes, que por sinal estavam sempre ocupadas. À noite o cenário se transformava colchões espalhados pela sala, parecia um acampamento.
Meu marido e eu escolhemos dormir na cozinha, por ser menos abafada, tínhamos por companhia uma geladeira vermelha e antiga que a cada duas horas fazia um barulho estranho e alto, com se fosse sair do seu canto e fazer um discurso empolgado, requerendo sua justa aposentadoria. E em seu protesto a seguiria um dos ventiladores, o azul, meio torto curvado pelo uso. Por ser barulhento e ventilar pouco era desligado de madrugada por um cunhado sonolento que tentava dormir em um dos quartos.
As lembranças das casas de praia são únicas, sinto saudades, porque dificilmente conseguiremos reunir todas as pessoas que compartilharam daquela experiência maravilhosa, entre eles avós, irmãs, filhos, cunhados, sobrinhos, primos, amigos, vizinhos e também animais de estimação.
O tempo passou e cada um seguiu seu destino, uns mudaram de cidade, novas famílias surgiram com muitas histórias, tendo as casas de praia e o mar como testemunhas, num vai e vem de sentimentos e lembranças que emocionam...