Em nome não sei de que, fazemos, também não sei o que...
Há algum tempo - um bom tempo - tomei algumas resoluções sobre como gostaria de viver e saí cortando coisas que não me davam prazer ou que diferença não faziam, algumas que eu não gostava mas fazia por hábito ou sei lá o que, outras que eu resistia até ao último instante em realizá-las e aquelas que literalmente eu era obrigada a fazer.
E, assim foi que eliminei da minha vida o açúcar , as frituras, os bichinhos - não sou vegetariana -, a leitura das páginas dos jornais que relatavam os acontecimentos sangrentos ou infelizes do Rio e depois de outras Cidades, do País inteiro e ultimamente do mundo, a Televisão aberta/paga - pode ter coisa mais empobrecedora do que ficar parada olhando e ouvindo pessoas darem suas opiniões sem poder expressar a sua própria? SEM O DIREITO SAGRADO DE DISCORDAR? -.
E, ao parar para esta arrumação de"gavetas", fui ficando perplexa de como nos deixamos levar por rótulos, por propagandas, por modismos só por que temos preguiça de pensar... às vezes por costume...outras para ter o que conversar com alguns amigos...
Vejam a famosa "globalização" - não que seja totalmente ruim, mas ainda não sabemos usá-la de maneira honesta e sadia - onde os acontecimentos não têm mais privacidade e o acúmulo de lixo se transforma em informações muitas vezes com destaque inusitado para fatos como: "em uma cidadela da Mongólia um bezerro nasceu às 12h30m" ... E nós lemos... nos interessamos...e algumas até comentamos...
Estamos ficando pobres de imaginação...tudo vem tão tendenciosamente mastigado e com invólucros fascinantes, brilhantes, lindíssimos que é muito difícil conduzir a nós próprios, que dirá a nossas crianças, pelo fascinante mundo dos livros que nos ensinam a escrever corretamente, que mantém nossa mente viva, que nos fazem sonhar e querer viver nossos sonhos, que nos fazem seres humanos melhores, que nos ensinam porque isso ou aquilo acontece, que instigam nossa inspiração e explodem nossa criatividade...
Estamos vivendo neste mundo globalizado um momento , onde em nome não sei de que, fazemos, também, não sei o que...
(Maria Emília Xavier)