Selvagens

Ao ver o filme “Avatar”, onde os humanos atacam impiedosamente uma civilização dita atrasada e selvagem no longínquo planeta “Pandora”, em muito me lembrou o filme “Enterrem meu coração na curva do Rio”, guardadas as devidas proporções. Mas há as batalhas entre armas de fogo e flechas. Uma das perguntas que sempre fiz, é sobre vida inteligente em outros planetas, civilizações mais evoluídas e coisas afins, buscada há milênios pelo homem, desde que tomou ciência de sua insignificância sobre a terra e menor ainda frente ao universo. Há a grande busca por civilizações superiores, ou um ser superior que administra tudo, sem que ninguém pare para observar a beleza natural existente, que vai se acabando frente a bruta ação humana.

Tudo pode acontecer quando o desconhecido se descortina a nossa frente, mas não podemos fazer atos como os que acontecem no filme do Cameron, quando encontra uma civilização conectada à natureza igual ao povo Na’Vi. Isso aconteceu aqui na terra, no combate aos povos nativos das Américas, que mantinham uma conexão com o meio-ambiente, não ao mesmo nível, mas com um respeito extraordinário. No filme “Avatar”, os humanos chamam os habitantes de “Pandora” de selvagens ou primitivos, ou coisa similar, assim como no outro filme com os “Sioux”. De uma certa forma bem humana buscar achar outros inferiores para ficar por cima em sua insignificância, bem coisa de Branco Europeu, de olho azul como diria nosso celebre torneiro mecânico. E essa forma inferior não será encontrada por aqui, pois somos todos de uma raça só. Segundo Cameron, essa raça inferior, seria os habitantes de “Pandora”.

Tenho um certo horror a filmes extraterrenos, pois sempre os ETs, tem formas de vida terrestres, embora as condições atmosféricas dos planetas sejam as mais diversas possíveis. Seria a sopa primordial da terra lá fora, ou os teoristas da origem extraterrena dos homens estão certos, ou estamos loucos. Sou contra encontrar vida fora terra, não cuidamos nem da parca vida pobre aqui deste “planetinha”. Aliás, o velho sonho de dominar novas civilizações, quando se perde, e feio, para vírus e bactérias. Pode até haver vida em outros planetas, mas danem-se todos, vamos cuidar daqui.

Fiquei um pouco decepcionado com a versão 3D de “Avatar”, não com o filme, não seria uma sétima maravilha do cinema, tampouco cai na mediocridade da maioria existente por ai no circuito comercial, mas poderiam ter exigido mais da tecnologia tridimensional proposta. Mas deixa a lição que não aprenderam com a tomada da América, respeitar a natureza é a melhor saída, basta ligar a tv, ou ler um jornal, para ver o contra-ataque furioso da mãe natureza matando milhares pelo mundo só na ultima década, para não precisar puxar muito pela memória. Então, para que buscar vida selvagem lá fora, se aqui temos aos montes, ao sair do cinema num tradicional shopping de Canoas – RS no domingo à noite, a sala de projeção estava parecendo um chiqueiro, de papel, saco de pipoca e as próprias pipocas no chão, tive certeza que até os animais são mais evoluídos que a espécie humana, pois eles ainda tem a desculpa de falta de raciocínio já a humanidade, nem pintada de azul.

J B Ziegler
Enviado por J B Ziegler em 05/01/2010
Código do texto: T2012304
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