NESTE INÍCIO DE 2010

Quando penso nos rumos do mundo e em certos rumos do Brasil; quando penso na tragédia que se abateu sobre Angra dos Reis, no Rio e em outros locais também no Rio e no interior de São Paulo; quando penso no descaso de algumas “autoridades”, isto tudo empana a já difícil alegria de manter por dentro, neste início de ano. Apesar de tais sombras, é preciso prosseguir e manter a esperança. Espero ter a lucidez necessária para fazer a melhor opção como cidadã, por ocasião das eleições e tentar ser a melhor cidadã que me for possível no decorrer de todo o ano. Espero que o País do Futuro prossiga o seu rumo, corrigindo desvios gravíssimos de trajetória e multiplicando acertos; que se faça justiça aos justos e que os injustos recebam as punições necessárias ( para dizer as coisas assim, eufemisticamente, neste comecinho de ano).

A nós que produzimos escrita; a nós meio Dom Quixotes em um mundo em que cabemos mal e com certo desconforto; a nós que lutamos com a palavra, como ofício que às vezes sentimos como ócio; a nós que produzimos “inutensílios” que se revelam paradoxalmente mais úteis do que boa parte dos utensílios que se produzem no mundo ( inutensílios que, por exemplo, produzem pensamento crítico, entre outros “frutos”); a nós todos que aqui e em outros sites e nos livros e em recitais repartimos o pão da palavra poética, o pão da indignação, o pão do sonho ainda de alguma UTOPIA , UM ANO NOVO REALMENTE NOVO, lembrando Maiakóvski, no poema O AMOR: “Que o pai seja pelo menos o Universo./ Que a mãe seja no mínimo a Terra.”

Grande abraço a todos

Zuleika.