A INCAPACIDADE DE AMAR.

A INCAPACIDADE DE AMAR.

Duas atividades são importantes na vida para que haja equilibrio da mente; trabalhar e amar.

Uma fruto da utilidade que dá o necessário retorno de saber-se pessoa necessária ao meio social em que vive, colocando no devido lugar a autoestima, a outra, de certa forma ligada, pois só quem ama procura ser útil, por saber e ter consciência que o todo necessita da parte para sobreviver emocional e materialmente.

Há um organismo sistêmico, social, em movimento. Uma cadeia, círculos concêntricos difusos e organizados, junção, se um elo foge da sequência enferruja, perde o sentido do todo, arruina-se.

É válido dizer que quem não trabalha ou não trabalhou nunca é um patológico, de consequência não é amado porque não ama, digamos que é um tolerado por alguns quando pode dar a esses últimos algo que lhes abone em suas necessidades, sem o que restaria absolutamente sozinho.

O desamor gera falta de amor!

Na literatura médica especializada temos que não é possível ter saúde mental nessas condições, Jung procurou dar aos deficientes mentais e desviados em conduta tratamento pela ocupação manual com artes, não é difícil ver que eles mesmos buscam essa ocupação, a conhecida terapia da ocupação, já comprometidos então, mera terapia ocupacional.

Só há higidez e equlibrio se há trabalho que edifica o meio social e quem não produz se sente inferiorizado e nessa condição espalha suas frustrações por toda a vida, seguidas de todas as sequelas que virão.

Famosos e célebres pelo que lhes deixaram os pais, disso vivendo, sem nunca terem trabalhado, mergulham em todos os vicios, deixam filhos abandonados e perambulam pela suas existências como fardos do nada que são e que foram.

Maltratam e são maltratados por si mesmos. Negam a si mesmos tudo.

Por que essa postura? São incapazes de verem o que ocorre nas suas almas por terem essa absoluta incapacitação, não abrem seus corações para a generosidade amorosa nem com aqueles que estão ao alcance de suas mãos.

Existe, contudo, como falam criminalistas famosos em todos os tempos, sem divergências, os que nascem com esse lado egoísta difícil de afastar, tornando-se crueis de consequência, por ação ou omissão, naquela incluem-se todos os tipos, desde os perigosos que delinquem com severidade, no Brasil os conhecidos menores que militam no tráfico, sequelados por falta de proteína por ausência delas até os três anos, até os que se ausentam de socorro em todos os gêneros para os que socorro precisam.

É difícil e quase impossível salvá-los por um simples motivo, quem não é generoso com os outros, não ama, não gosta de si mesmo, é de fácil verificação.

Já ouvi um desses tipos falar : não gosto de mim, como vou gostar dos outros.

É essa a imagem de si que projetam nos próximos.

A incapacidade de amar gerou tragédias que nos conta a história com personalidades célebres, mas estão também de nosso lado no dia a dia, com as mortes de crianças por seus pais, assistimos uma ontem, jogando-se com o filho de um prédio o pai. Desespero? Não somente, Deus se apiede de sua alma, incapacidade de amar o filho aliado ao desespero, mais a punição extrema de sua mulher e mãe da pobre criança que não admitia sua volta após a separação.

O caso Nardoni e outros tantos.

Amar é despojar-se de si mesmo, mas quando o “si mesmo” está doente desde que nasceu e não descobre o caminho da utilidade como remédio a cura é difícil.

Amar é difícil, se o amor fosse regra, o mundo seria perfeito pelo simples acontecimento da inexistência de egoísmo, que infelizmente é padrão, ícone, base, referência, meta, objetivo, cultura e cultivo da maioria.

Celso Panza
Enviado por Celso Panza em 04/01/2010
Reeditado em 04/01/2010
Código do texto: T2010526
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