UM FINAL DE ANO TÃO SONHADO
Final de ano, para mim, é uma espécie de cartel, onde todos praticam exatamente a mesma coisa. Cumprimentos com o desejo de feliz ano novo, abraços e beijos – muitas vezes hipócritas –, queima de fogos, bebedeiras, comilanças, brigas, trânsito ainda mais maluco, promessas para o ano que chega, mega shows, oferendas, roupa branca, etc., etc., etc... Como se a passagem do dia 31 de dezembro para o dia 1 de janeiro não fosse somente mais uma mudança no calendário. Enfim...
Já vivi passagens de ano de várias maneiras: junto a muitos amigos, sozinho, em família, sem família, trabalhando, na praia vibrando com a queima de fogos, em casa assistindo a um bom filme, no interior de São Paulo, na praia de Copacabana – Rio de Janeiro, além de outras situações menos interessantes, algumas até tristes, como quando do falecimento de minha mãe ocorrido em um dia 1 de janeiro.
Nesta passagem de 2009 para 2010, porém, optei por algo diferente, que sempre tive vontade, mas que ainda não havia feito por causa de outros compromissos, aqueles que nos impedem de fazer o que realmente temos vontade e que nos deixariam muito mais felizes. E foi uma opção acertada.
Enquanto muitos estavam fazendo o tradicional da época, em ceias fartas regadas com boas bebidas, eu estava “comendo asfalto”, feliz da vida. Isso mesmo. Quando os ponteiros do relógio se encontraram pela última vez em 2009 e pela primeira vez em 2010, eu estava dirigindo meu carro por uma rodovia do estado de São Paulo, numa noite esplendorosa de lua cheia que recebi de Deus como presente, depois de dias de chuva. Dentro do carro, eu e a música de Henry Mancini, maestro maravilhoso ao qual já dediquei uma crônica. E o disco não poderia ser outro que não “Uniquely Mancini” – Excepcionalmente Mancini –, aquele em que me inspirei para escrever a referida crônica.
No exato momento da “virada” passou pela minha mente, numa velocidade assustadora, quase que uma vida inteira. Meus amigos, meus inimigos, quem me ama, quem me odeia, meus pais, meus filhos, meu irmão que não conheci, minha família já quase toda no plano superior, meu trabalho, minha dedicação, meus muitos erros e alguns acertos, minhas perdas e minhas conquistas.
Esperei sessenta anos para realizar um dos meus sonhos: passar a “virada” do ano numa rodovia, sem destino definido, dirigindo meu carro. E, como já disse, senti-me emocionado e feliz como há muito não me sentia. Em momento algum experimentei a solidão. Estar sozinho em determinados momentos é uma boa, quando não, a melhor opção. Na verdade, eu até podia estar sozinho no plano material, mas dentro do carro, além de um maestro e de toda uma orquestra sensacional, estavam presentes todos aqueles que me fazem acreditar que a vida sempre vai valer a pena ser vivida do jeito que a gente escolhe. O viver nos ensina que cada escolha tem o seu motivo, a sua lógica e a sua razão.
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Final de ano, para mim, é uma espécie de cartel, onde todos praticam exatamente a mesma coisa. Cumprimentos com o desejo de feliz ano novo, abraços e beijos – muitas vezes hipócritas –, queima de fogos, bebedeiras, comilanças, brigas, trânsito ainda mais maluco, promessas para o ano que chega, mega shows, oferendas, roupa branca, etc., etc., etc... Como se a passagem do dia 31 de dezembro para o dia 1 de janeiro não fosse somente mais uma mudança no calendário. Enfim...
Já vivi passagens de ano de várias maneiras: junto a muitos amigos, sozinho, em família, sem família, trabalhando, na praia vibrando com a queima de fogos, em casa assistindo a um bom filme, no interior de São Paulo, na praia de Copacabana – Rio de Janeiro, além de outras situações menos interessantes, algumas até tristes, como quando do falecimento de minha mãe ocorrido em um dia 1 de janeiro.
Nesta passagem de 2009 para 2010, porém, optei por algo diferente, que sempre tive vontade, mas que ainda não havia feito por causa de outros compromissos, aqueles que nos impedem de fazer o que realmente temos vontade e que nos deixariam muito mais felizes. E foi uma opção acertada.
Enquanto muitos estavam fazendo o tradicional da época, em ceias fartas regadas com boas bebidas, eu estava “comendo asfalto”, feliz da vida. Isso mesmo. Quando os ponteiros do relógio se encontraram pela última vez em 2009 e pela primeira vez em 2010, eu estava dirigindo meu carro por uma rodovia do estado de São Paulo, numa noite esplendorosa de lua cheia que recebi de Deus como presente, depois de dias de chuva. Dentro do carro, eu e a música de Henry Mancini, maestro maravilhoso ao qual já dediquei uma crônica. E o disco não poderia ser outro que não “Uniquely Mancini” – Excepcionalmente Mancini –, aquele em que me inspirei para escrever a referida crônica.
No exato momento da “virada” passou pela minha mente, numa velocidade assustadora, quase que uma vida inteira. Meus amigos, meus inimigos, quem me ama, quem me odeia, meus pais, meus filhos, meu irmão que não conheci, minha família já quase toda no plano superior, meu trabalho, minha dedicação, meus muitos erros e alguns acertos, minhas perdas e minhas conquistas.
Esperei sessenta anos para realizar um dos meus sonhos: passar a “virada” do ano numa rodovia, sem destino definido, dirigindo meu carro. E, como já disse, senti-me emocionado e feliz como há muito não me sentia. Em momento algum experimentei a solidão. Estar sozinho em determinados momentos é uma boa, quando não, a melhor opção. Na verdade, eu até podia estar sozinho no plano material, mas dentro do carro, além de um maestro e de toda uma orquestra sensacional, estavam presentes todos aqueles que me fazem acreditar que a vida sempre vai valer a pena ser vivida do jeito que a gente escolhe. O viver nos ensina que cada escolha tem o seu motivo, a sua lógica e a sua razão.
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