MUDANDO COSTUMES SEM DEIXAR MARCAS

Existem várias formas de amor. O amor a que vou me referir agora, é aquele sentimento que une um homem e uma mulher. Acredito que todo ser humano, em especial as mulheres, sonham com um grande amor. Imaginamos um ser especial, desenhamos seus traços físicos em nossa mente, delineamos sua personalidade. O mais importante é que o amado nos ame além da eternidade. Príncipes em cavalos brancos não mais existem. Nem nós somos princesas. Quando muito um cara motorizado para deixarmos de andar a pé.

Ih! Foi-se o romantismo! Viajei! Voltei aos 15 anos! Será? O amor mudou tanto assim? Não acredito. Se algo mudou não foi o amor, pois sendo sentimento é imutável. Ou se ama ou não se ama. Não existe meio termo. Quem mudou nessa história, foram as pessoas. A pressa, o costume do descartável, a falta de tempo, o afã de aproveitar a vida, o tempo que parece ter ficado mais curto, mais rápido. O ser humano vai se adaptando com as novas formas de viver, de conviver, de agir. E, como tudo o que ocorre hoje exige urgência, o amor deixou aquele romantismo, que o tempo menos ocupado permitia antigamente. Paralelo a isso, as cidades cresceram muito e se as pessoas não se curtirem no momento que se apresenta, correm o risco de não se verem mais. Aí a ansiedade toma conta e o ser humano quer tirar o máximo naquele encontro. A urgência virou marca registrada nas relações humanas. Mas, será que o coração humano se adaptou a essa urgência que, muitas vezes, não deixa frutificar o conhecimento? Promessas feitas ao acaso. Troca de telefones, que nunca vêm. Uma espera que se prolonga, o outro não liga. Fim de sonho.

É por isso que se observam, hoje, tantos jovens desiludidos e até depressivos, numa idade que é para sorrir, amar, conhecer, ser feliz. Essas desilusões resultantes da urgência, podem deixar marcas nos corações jovens. Aliada a isso, ou talvez mesmo como consequência dessa urgência, a vida a dois, compartilhada, tem durado menos tempo do que o tempo em que os amados antigos namoravam. Pintou a paixão, juntaram-se as escovas de dente. Sem conhecimento mais profundo da personalidade do parceiro. Então vão morar juntos. Aí começam os problemas. Porque, na verdade, o que mata o relacionamento compartilhado nem sempre é o fim do sentimento. São os hábitos, as diferenças que, pouco a pouco, vão minando a paciência e começam as implicâncias. É a falta da antiga liberdade, do ter que dar satisfações pelo atraso, do querer sair com antigos amigos, fazer uma farra. Mas o(a) companheiro(a) é um obstáculo a essa independência. Aí começam as desconfianças, o "tu não mais me amas" e, consequentemente, as brigas. Brigas que, inicialmente, não duram mais que um dia, mas, o acúmulo de mágoas e desconfianças vão aumentando, até chegar ao ponto de matar o diálogo. Aí vem a separação. Separados, muitas vezes, retomam o namoro, porque não foi o amor que morreu; foi a rotina que acabou com o sonho.

Não sei se é uma nova tendência. A mim, parece que os casamentos ou relacionamentos compartilhados estão adquirindo novos moldes. Cada um morando em sua própria casa e namorando para sempre. Os filhos, se vierem, parecem já trazer no DNA essas novas tendências. Nem questionam porque não vivem todos sob o mesmo teto. Já nascem vendo as coisas assim.

Tudo bem, os tempos mudaram, os casais mudaram. O que não mudou foi o amor, esse sentimento que faz com que os pais assumam, a dois, a responsabilidade na criação e formação dos filhos. Para não criar frustrações. Para dar a eles, mesmo com pai e mãe separados, o amor a que eles têm direito. E passar para eles a bondade, a compreensão, o carinho, sentimentos que não morrem jamais.

Depende de nós, adultos, fazer essa transição de costumes, da forma menos traumática possível.Costumes mudam. O que devemos banir de nossas vidas é a violência, o desamor, o desamparo, o abandono. Vamos amar nossos(as) parceiros(as), mesmo à distância, mas presentes sempre na vida de nossos pequeninos.

Giustina
Enviado por Giustina em 03/01/2010
Reeditado em 13/01/2014
Código do texto: T2009629
Classificação de conteúdo: seguro
Copyright © 2010. Todos os direitos reservados.
Você não pode copiar, exibir, distribuir, executar, criar obras derivadas nem fazer uso comercial desta obra sem a devida permissão do autor.