MINHA VIRADA DO ANO EM ANGRA DOS REIS

A família, todo o verão, passa a virada do ano em Angra dos Reis. Num condomínio fechado, de frente para o mar, que dá fundos para duas pequenas cachoeiras e atrás a reserva florestal, enfim, o paraíso.

Três para meia noite do dia 31 de dezembro, todos reunidos na sala, pois a noite de fogos e festas programadas para a praia, foi adiada por causa de uma chuva torrencial, em volta da mesa da ceia, uma champanhe estourou antes da hora. Todos pegaram suas taças para brindar, abraçamos dois convidados chegados naquele momento. A luz começou a oscilar e...Blackout. Imediatamente as luzes de emergência se acenderam. Olhamos para o chão e vimos água entrando na casa. Impossível contê-la, já era tarde, ela entrou com força e rápido. Mas, graças a Deus não subiu muito, foi até um palmo do calcanhar. Os homens resolveram sair para sondar o que acontecia pelas redondezas e descobriram que estávamos ilhados, porque caíram duas barreiras. A cachoeira veio com tudo e foi ela também quem invadiu o local. árvores, postes tombaram. Ficamos sem luz até uma hora da manhã de hoje. Sorte, que um dos convidados conseguiu sacos de gelos e ninguém perdeu alimentos. No dia seguinte lavamos a casa. E soubemos o que aconteceu no morro do Carioca e na Ilha Grande. Uma moradora disse que olhou para o mar naquela noite e nunca viu ondas tão fortes e altas no local e ventos destruídores. Pensamos: algo aconteceu, talvez um ciclone. Fomos até a praia para sondar seu estado e vimos à frente a Ilha Grande, as estradas de lama vermelha abertas na floresta e abaixo o que restou da rica pousada. Bem, hoje a estrada foi parcialmente liberada, peguei uma carona e cheguei há uma hora. Vimos, na entrada da cidade carros de voluntários. Triste, muito triste. O prefeito mandou cancelar a tradicional procissão dos barcos e todas as festas.

LYGIA VICTORIA
Enviado por LYGIA VICTORIA em 03/01/2010
Reeditado em 04/01/2010
Código do texto: T2009412
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