Uma heroína de Itabaiana (Parte III)

Recebi mensagem de Vivian Pinto Guilhermino, neta de Leonilla Almeida e Ephifanio Guilhermino e filha de Antônio Félix Guilhermino, um dos quatro filhos do casal de combatentes que viraram personagens do livro “Memórias do cárcere”, de Graciliano Ramos. A saga de Leonilla foi tema de duas crônicas minhas, publicadas no livro “História de Itabaiana em versos e algumas crônicas reais”.

Na verdade, a História registra duas heroínas itabaianenses; uma delas é Maria Joaquina de Santana, mulher do Capitão Félix Antonio, símbolo da valentia da mulher paraibana na Confederação do Equador. Nessa revolução, deu-se a batalha do Riacho das Pedras em Itabaiana, no ano de 1824, entre brasileiros separatistas e republicanos contra os prepostos de Portugal. A outra é Leonilla Almeida, nascida no distrito de Campo Grande.

Estou aguardando mais informações da neta de Leonilla para esboçar roteiro de documentário que pretendo escrever, contando a história de Leonilla e seu marido. Merece pesquisa de fôlego, que não sei se terei ânimo e capacidade para realizar. “Leonilla saiu de Itabaiana para se tornar um personagem da literatura universal, com sua luta plena de entusiasmo pelos melhores ideais de justiça e igualdade”, escrevi no livro.

Vivian pesquisou na internet e chegou ao meu site, onde estão publicadas as duas crônicas. Ela informou que Leonilla e Ephifanio tiveram quatro filhos, três deles ainda vivos: Antonio Félix Guilhermino, Ephifanio Guilhermino Junior e Leonilla Félix Guilhermino. Luiz Carlos Guilhermino já faleceu. O nome de seu pai, Antônio Félix Guilhermino, foi em homenagem ao bisavô.

Arlen Cezar Tavares de Oliveira é outro parente de Leonilla que me passou informações sobre sua família. Ele mora em Juiz de Fora, Minas Gerais, e fez pesquisa genealógica para traçar o perfil dos antepassados oriundos do distrito de Campo Grande. Ele é primo de Vivian, portanto bisneto do pai de Leonilla, Antonio Cardoso Félix. A sorte juntou esses dois primos em torno de minhas pesquisas. Resgatar a história dessa heroína do povo é dever de nossa geração de itabaianenses. Sua memória merece realmente continuar viva.

Em março próximo, vamos receber a visita do documentarista Vladimir de Carvalho, filho de Itabaiana e um dos personagens mais ativos do cinema brasileiro. Vou falar com ele sobre Leonilla e meu projeto de perpetuar sua memória através de um documentário dirigido pelo mestre Vladimir, ele próprio ex-militante esquerdista.

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Fábio Mozart
Enviado por Fábio Mozart em 03/01/2010
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