Freud se enganou

Sempre considerei como sendo verdade absoluta a frase do psicanalista Sigmund Freud - “A educação refreia o instinto” - De origem sertaneja, nascido na década de 40, quando o acesso à educação formal era privilégio de poucos, eu também imaginava que o crime de homicídio era fruto da ignorância, algo jamais cometido por aqueles que tiveram a virtude de “alisar bancos de escolas”. Foi essa a expressão que ouvi de um famoso advogado criminalista na sua tese de defesa de um réu, diante dos jurados, a quem cabia condenar ou absolver o acusado. Dizia que ele não teria cometido aquele crime se tivesse sentado em bancos de escolas, jogando para a sociedade a culpa de sua exclusão, pelo que se tornou um criminoso.

O tempo passa, os meios de educação se alastram por toda parte, e hoje vejo os “doutores” cometendo bárbaros assassinatos, contrariando a célebre frase de Freud, por não refrear o seu instinto animalesco, mesmo diante de sua “civilidade”. Por assim se acharem, utilizam-se da mais grotesca covardia, contratando os chamados “pistoleiros de aluguel” para executar os crimes por eles planejados, pelo que são classificados como “autores intelectuais”. Aí sim que está a sua maior perversidade, pois não podem alegar o efeito da “violenta emoção”, quando numa reação instantânea de legítima defesa. E apontam inúmeros autores materiais para dificultar a justiça identificar o verdadeiro executor do crime.

Lamentavelmente, é o que acontece ainda hoje com figurões da alta sociedade, com formação superior, mas não controlando o seu instinto por meio de sua “educação” desvirtuada. Sim, porque ainda na minha formação básica, aprendi que “educação é a aquisição de bons hábitos”. Matar ou mandar matar nunca vai ser entendido como bons hábitos.

Irineu Gomes
Enviado por Irineu Gomes em 02/01/2010
Reeditado em 02/01/2010
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