O LIVRO SUMIU NO ANO NOVO!

Seria até engraçado se eu não tivesse sofrido tanto!

Aconteceu o seguinte: além de outros livros considerados “sérios”, escrevi um livro de histórias para criança, usando algum fato ou característica de meus dezoito netos.

Assim, consegui fazer dezoito histórias, partindo de uma única pergunta que meu neto Pedro fez:

- Vó, por que a garça tem o pescoço tão comprido?

A partir daí, a imaginação correu solta!

Eu tenho um xodó muito grande por essas histórias, pois elas têm a ver com cada um deles! Meu sonho é que meus próprios netos façam os desenhos ilustrando o livro. Ainda conseguirei isso.

Um dia resolvi colocar em ordem mais racional os arquivos e as pastas do meu computador, organizando cada coisa em seu lugar. Por isso, na pasta – LIVROS – abri sub-pastas para os arquivos relativos a cada livro escrito, como capa, sinopse, o conteúdo em si, algum detalhe para impressão etc.

E nessa pasta com o nome de - LIVRO DE HISTÓRIAS FANTASIAS - coloquei o arquivo com as figuras dos bichos para inspirarem os desenhos, o esquema desses desenhos, o índice e um outro com uma carta aos pais dos netos, a fim de que incentivassem e ajudassem os filhos nos desenhos.

Por conselho dos meus filhos “experts” em computação, eu vinha salvando meus arquivos primeiro em disquetes e, posteriormente, em CDs. Por último, há pouco tempo, ganhei um pen-drive do neto mais velho e ele fez a primeira “salvação” dos meus documentos.

No dia 1º deste ano, resolvi dar uma lida nas histórias, pois após algum tempo, quando relemos a obra, sempre encontramos algo a corrigir e o mesmo Pedro, agora um ótimo publicitário, me disse que faria até todos os desenhos se assim eu quisesse... Ele é bom nisso.

Para minha surpresa, ao abrir a tal pasta, encontrei os arquivos relativos ao livro, mas as histórias tinham desaparecido!

Tornei a abrir e... nada!

Quase entrei em pânico! Pensei que talvez ao organizar os arquivos, tivesse deletado sem querer o original com as histórias.

Lembrei-me dos back-ups que tinha feito. Recorri aos meus guardados e fui abrindo disquete por disquete, CD por CD e não encontrava o tal arquivo!

Cheguei a orar a Deus pedindo que, se eu merecesse me fizesse encontrar o tal arquivo, mas que me conformaria caso o tivesse apagado sem querer.

Deixei passar uma noite e no dia seguinte voltei às minhas buscas. Em vão! Tinha até um disquete com o nome de –LIVROS- mas meu micro se recusava abri-lo. O coitado estava muito velho e corrompido!

Eis que, se não quando, chega em casa um dos filhos “expert” no assunto. Relatei a ele as minhas agruras e a tristeza que sentiria se perdesse as tais histórias.

Pelo roteiro que fiz para os desenhos de cada uma, eu até conseguiria tornar a escrevê-las, mas não seria o mesmo! Cada uma tinha uma particularidade que foi captada do respectivo neto, num determinado momento, em situações especiais e colocada em seguida no texto, para não me esquecer de cada detalhe!

Já fazia uns bons 6 anos que as tinha escrito. Lembro-me que, quando comecei respondendo àquela famosa pergunta do neto, a última netinha ainda não tinha nascido e tive que acrescentar a história dela depois.

Pois bem, após dar-lhe os nomes de arquivos e temas etc e enquanto atendia à família dele que não é nada pequena, ele foi mexendo no computador. Lá às tantas, um dos meninos chegou-se a mim e disse:

- Vó, o papai achou suas histórias e está lá rindo da senhora...

- Por quê? Perguntei.

- Vai lá que a senhora fica sabendo...

Cheguei-me ao meu filho e aí ele me explicou:

- Na pasta correspondente ao título que a senhora deu, de fato encontrei os tais quatro arquivos – as figuras, o esquema, o índice e a tal carta. Só que, olhando um a um do princípio ao fim, vi que a senhora colocou as dezoito histórias uma página depois, em seguida ao índice! Elas estão lá, inteirinhas!

E continuou a rir de mim!

Nem acreditei! Senti uma enorme alegria. Foi como se tivesse recuperado um filho perdido! Parece exagero, mas não é. Quem tem o hábito e o dom de escrever sabe o que senti.

E para conferir, ele abriu o pen-drive e de fato o arquivo lá estava salvo, um somente com as histórias e o índice estava em um outro arquivo.

Meu erro foi esse. Quis colocar o índice junto ao texto, mas na transferência, entre – copiar e colar -, coloquei no início e não no final.

De fato, meu hábito é colocar o índice dos capítulos dos meus livros ao final do texto e nesse livro, particularmente, havia colocado no início. Assim, quando eu abria e via logo o titulo – índice - , não me dava ao trabalho de olhar mais abaixo. Achava que não havia nada depois.

Achei minhas histórias!

A primeira coisa que fiz foi agradecer a Deus a graça de encontrá-las!

Pois é, isso aconteceu comigo!

Já aconteceu com você?

Início 01/10/10 – Término 02/01/10

Rachel dos Santos Dias
Enviado por Rachel dos Santos Dias em 02/01/2010
Código do texto: T2007769